Novos coronavírus podem surgir quando duas cepas diferentes infectam um animal simultaneamente, causando a recombinação do material genético do vírus em uma célula.
Os cientistas britânicos estudaram que espécies de mamíferos são receptivas a diferentes coronavírus. Essa informação é necessária para entender onde poderia ocorrer a recombinação e surgimento de novas cepas do coronavírus, segundo estudo publicado na revista Nature Communications.
Os pesquisadores analisaram ligações entre 411 cepas do coronavírus e 876 hospedeiros potenciais, usando aprendizado de máquina. Descobriu-se que espécies de mamíferos têm maior probabilidade de ser coinfectadas e, consequentemente, se tornarem hospedeiros potenciais para os novos coronavírus.
A análise demonstrou existir pelo menos 11 vezes mais associações entre espécies de mamíferos e cepas do coronavírus do que demonstrado em observações empíricas, e cerca de 40 vezes mais espécies de mamíferos com quatro ou mais cepas do coronavírus do que era considerado.
Por exemplo, a civeta-de-palmeira-africana e morcego-ferradura são hospedeiros de 32 e 68 diferentes coronavírus, respectivamente, sugerem os cientistas.
Além disso, os pesquisadores identificaram as espécies de animais onde poderiam ocorrer a recombinação do SARS-CoV-2 e, consequentemente, a formação de novas cepas. Há 30 vezes mais espécies do que se considerava antes.
Os hospedeiros potenciais do vírus incluem as espécies ligadas a surtos passados, como morcegos, civetas-de-palmeira-africana e pangolins, e também novos candidatos, como gatos, ouriços e coelhos.
No entanto, a pesquisa é baseada em dados limitados sobre genoma de coronavírus e associações entre vírus e hospedeiro, então haveria erros sistemáticos para identificar as espécies de animais.
Ainda assim, os resultados da pesquisa mostram definitivamente que a escala de geração de novos coronavírus entre animais selvagens e domésticos foi desestimada. A identificação de espécies com o risco potencialmente alto de geração de novas cepas do coronavírus é necessário para reforçar o controle de propagação de vírus zoonoses e garantir a prevenção de surgimento de novos coronavírus no futuro, reforçam especialistas.