Horas depois que a polícia entrou no campus da Universidade de Lérida, na Catalunha, para capturar o rapper Pablo Hasél, que estava entrincheirado no centro universitário para evitar sua prisão, os manifestantes foram às ruas em diversas localidades da região nordeste do país, informou a polícia, segundo a agência de notícias France-Presse.
Em Barcelona, cerca de 1.700 pessoas se reuniram em um praça central e alguns manifestantes colocaram fogo em uma grande quantidade de latas de lixo e atiraram pedras e outros objetos na polícia, segundo relatou uma correspondente da AFP.
Cenas parecidas se repetiram em Lérida, a terra natal do artista, enquanto na localidade de Vic, que fica cerca de 70 quilômetros ao norte de Barcelona, os manifestantes atacaram um delegacia de polícia, ferindo 11 agentes, informou um porta-voz da corporação.
A polícia reportou que 15 pessoas foram presas, enquanto os serviços de emergência disseram que 33 pessoas sofreram ferimentos leves durante os confrontos, incluindo 19 agentes das forças de segurança.
O rapper Pablo Hasél tinha até a última sexta-feira (12) para se entregar à polícia voluntariamente para começar a cumprir uma pena de nove meses de prisão, com base em uma sentença emitida em 2018.
Hasél foi condenado por publicar uma série de tweets com ofensas ao monarca Juan Carlos I, que abdicou do trono em favor de seu filho Felipe VI em 2014, e acusações de tortura e assassinatos que teriam sido cometidos por policiais contra manifestantes e imigrantes.
Hasél é conhecido por seu posicionamento político radical de esquerda, mas seu caso transcendeu para outras correntes políticas do país, que consideram o processo contra o artista como um ataque perigoso à liberdade de expressão.
A condenação do rapper causou clamor na sociedade espanhola e fez com que governo anunciasse mudanças na legislação para tornar a liberdade de expressão menos restritiva.