Nesta quarta-feira (17), o destróier de mísseis guiados USS Russell, dos Estados Unidos, se encontra navegando nas águas do mar do Sul da China, em uma operação denominada Liberdade de Navegação (FONOP, na sigla em inglês) para "defender os direitos, liberdades e usos legais do mar, desafiando restrições ilegais sobre a passagem impostas pela China, Vietnã e Taiwan", segundo publicação da Marinha dos EUA.
O destróier já navegou o equivalente a mais de 20 quilômetros nas ilhas Spratly na porção sul da hidrovia, uma área na qual a China reivindica como sendo seu território soberano, segundo a CNN.
O USS Russell segue uma operação semelhante conduzida pelo USS John S McCain nas ilhas Paracel,12 dias antes. Também ocorre menos de uma semana após dois porta-aviões dos EUA, o USS Theodore Roosevelt e o USS Nimitz, conduzirem exercícios raros de porta-aviões duplo no mar do Sul da China.
Na publicação da Marinha norte-americana, o país declara que a navegação é um direito que os navios de todos os Estados têm, e que essa é uma forma de contestar restrições impostas por países asiáticos nas águas do mar do Sul da China.
"[...] Alguns países continuam a fazer reivindicações marítimas que são inconsistentes com o direito internacional como China, Vietnã, Taiwan, Malásia, Brunei e Filipinas […]. China, Vietnã e Taiwan exigem permissão ou notificação prévia antes que um navio militar estrangeiro faça uma 'passagem inocente'. De acordo com o direito internacional refletido […], os navios de todos os Estados gozam do direito de passagem pelo mar territorial. […] Ao se envolver em uma passagem inocente sem notificar ou pedir permissão prévia a nenhum dos reclamantes, os Estados Unidos contestam essas restrições ilegais impostas por esses países", segundo a publicação.
As operações da Marinha acontecem após o presidente, Joe Biden, descrever a China como o "competidor mais sério" do país e delinear planos para enfrentar o "ataque de Pequim aos direitos humanos, propriedade intelectual e governança global", segundo a CNN.
A China afirma que as operações navais dos EUA inflamam as tensões e violam sua soberania. Em 5 de fevereiro, quando o destróier USS John S McCain navegou na região, o Exército de Libertação Popular (ELP), divulgou um comunicado relatando que a presença do navio norte-americano "violou gravemente a soberania e segurança da China, […] interrompendo deliberadamente a boa atmosfera de paz, amizade e cooperação no mar do Sul da China".