Distribuição da vacina russa Sputnik V na América Latina pode danificar 'prestígio dos EUA', diz CNN

© REUTERS / Agustin MarcarianVacina Sputnik V chega no aeroporto de Buenos Aires, na Argentina
Vacina Sputnik V chega no aeroporto de Buenos Aires, na Argentina - Sputnik Brasil, 1920, 18.02.2021
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Uma recente publicação da CNN ressalta que cada vez mais países da América Latina estão recorrendo a Moscou, perante a escassez mundial de vacinas contra COVID-19.

Diante da aprovação crescente da vacina russa Sputnik V contra COVID-19 na América Latina, "o prestígio dos EUA poderia ser danificado na região", bem como "ter consequências duradouras no mundo pós-pandêmico", segundo a CNN.

Em reportagem, a CNN considera que a América Latina seja tradicionalmente conhecida como o "quintal" dos EUA.

"A América Latina está recorrendo cada vez mais a Moscou em busca de ajuda no combate à pandemia", perante a escassez mundial de vacinas.

A CNN usa como exemplo a Colômbia, um dos principais aliados de Washington na região, que decidiu deixar de lado as discrepâncias ideológicas e assinou um acordo de confidencialidade para receber 2,5 milhões de doses da vacina russa.

Benefícios do medicamento russo

A mídia também enfatizou os benefícios do medicamento russo. Particularmente, seu preço, de aproximadamente US$ 10 (R$ 54) por dose, quase a metade do valor da vacina da Pfizer/BioNTech, que custa US$ 19,50 (R$ 105,50) cada dose.

Além disso, a vacina russa pode ser armazenada a uma temperatura de -18 graus Celsius, embora o Ministério da Saúde russo tenha aprovado que o imunizante possa ser conservado a uma temperatura de entre dois e oito graus Celsius para a distribuição mundial.

Por sua vez, a vacina da Pfizer deve ser conservada entre -80 e -60 graus Celsius, uma temperatura que a maioria dos países da América Latina não é capaz de assegurar.

A vacina Sputnik V, produzida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, utiliza uma tecnologia de adenovírus humano de dois vetores diferentes, Ad26 e Ad5, que são aplicados em duas doses com 21 dias de intervalo.

A solução não contém adenovírus humanos vivos, mas, sim, vetores adenovirais, que não se multiplicam, sendo completamente seguros à saúde.

Eficácia de 91,6%

Anteriormente, a conceituada revista de medicina The Lancet publicou os resultados intermediários dos testes da terceira fase da vacina russa, confirmando uma eficácia de 91,6%, além de não provocar efeitos secundários graves.

A vacina russa contra COVID-19, Sputnik V, já foi aprovada por 27 países. Na América Latina, foi aprovada pela Argentina, Bolívia, Venezuela, Paraguai, México e Nicarágua, informa o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).

No final do ano passado, o produto foi aprovado para a vacinação em grande escala na Rússia, que começou em dezembro de 2020 e é totalmente gratuita para os cidadãos russos.

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