Giorgi Gakharia, primeiro-ministro da Geórgia, anunciou na quinta-feira (18) renúncia do cargo, citando como motivo desacordos sobre a detenção de Nika Melia, presidente do partido de oposição Movimento Nacional Unido.
"Infelizmente, devido ao fato de não poder concordar com a equipe sobre este tópico, decidi deixar minha posição", disse Gakharia em um briefing à imprensa.
A direção do Movimento Nacional Unido aplaudiu a demissão de Gakharia, que tem efeitos imediatos, e a declarou uma vitória.
Nika Melia é acusado de ter organizado motins e comícios antirrussos em junho de 2019. Já privado de imunidade pelo Parlamento georgiano, Melia acabou sendo preso, mas liberado com pagamento de fiança de 30 mil laris (R$ 49.037,76), com a condição de usar uma pulseira eletrônica.
No entanto, Melia removeu publicamente a pulseira durante um protesto em novembro e a atirou para a multidão. O tribunal impôs uma nova multa, agora de 40.000 laris (R$ 65.383,87), que ele se recusou a pagar. O Ministério Público da Geórgia advertiu que a recusa e o comportamento acarretariam pena de prisão.
Melia está no escritório do partido de oposição, onde seus partidários impedem a entrada de policiais para prendê-lo por não querer pagar a fiança.
O Sonho Georgiano, partido em poder, terá agora de nomear um novo funcionário para o cargo, que deverá ser aprovado pelo Parlamento do país, que, por sua vez, também terá de confirmar o gabinete, com o governo final devendo ser aprovado pelo atual presidente Nikol Pashinyan.