Astrônomos conseguiram observar com clareza os fluxos moleculares após uma explosão estelar de uma nuvem formadora de estrelas. É apenas a segunda vez que os especialistas conseguem ver o fenômeno que ajuda a entender como as estrelas mais massivas começam sua vida, o estudo foi publicado no The Astrophysical Journal Letters.
Na década de 1980, da primeira vez que observaram o evento astronômico semelhante, na Nebulosa de Órion, uma formadora de estrelas, os cientistas perceberam flâmulas de gás molecular denso viajando a altas velocidades através do espaço. Quando as flâmulas foram mapeadas, pareciam ter se originado de um único ponto.
Desde então, fluxos moleculares foram descobertos em muitas regiões de formação de estrelas, sendo possível determinar que desempenham um papel importante na formação de estrelas de baixa massa. O fenômeno de Órion, no entanto, foi único e muito mais numeroso. No entanto, pouco se sabe sobre a formação de estrelas massivas.
Berçários estelares massivos são raros e tendem a ser mais distantes, tornando-os mais difíceis de ver. Para tentar entender melhor, uma equipe de astrônomos liderada por Luis Zapata, da Universidade Nacional Autônoma do México, decidiu direcionar um dos mais poderosos radiotelescópios, o ALMA, para maciço conhecido berçário estelar.
O ALMA detectou flâmulas densas com base na emissão de comprimento de onda milimétrica de dióxido de carbono e monóxido de silício. Assim, os astrônomos foram capazes de identificar 34 correntes moleculares se afastando radialmente do coração da nuvem, acelerando para fora.
Como estrelas massivas sempre se formam em aglomerados, tais interações são possivelmente bastante comuns, o que, por sua vez, pode lançar alguma luz sobre a formação de estrelas massivas. Se duas protoestrelas se fundissem, provavelmente teriam acabado como uma estrela muito maior.
A imprevisibilidade desses eventos e a rapidez com que ocorrem tornam o fenômeno bem difícil de encontrar. Mas, agora que sabem o que procurar e como, os astrônomos podem construir um catálogo desses tipos de eventos e ajudar a entender por que ocorrem.
"Se um número suficiente desses fluxos puder ser detectado no futuro, a fusão de aglomerados de estrelas pode ser um importante mecanismo de formação de estrelas massivas", avaliou Zapata.