O presidente norte-americano Joe Biden vai solicitar uma revisão das principais cadeias de suprimentos dos EUA, incluindo aquelas de semicondutores, baterias de alta capacidade, suprimentos médicos e metais de terras raras, informou a emissora CNBC na quinta-feira (19).
A avaliação, que deve ser conduzida por membros das equipes econômica e de segurança nacional da administração Biden, analisará a "resiliência e capacidade das cadeias de abastecimento de manufatura e da base industrial de defesa dos EUA para apoiar a segurança nacional [e a] preparação para emergências", lê-se no projeto de uma ordem executiva que a mídia teve acesso.
Ainda de acordo com o documento, a Casa Branca planeja examinar as lacunas na fabricação nacional e nas cadeias de abastecimento que são dominadas ou atravessadas por "nações que são ou podem se tornar hostis ou instáveis".
Embora não mencione a China, o projeto é, provavelmente, em grande parte um esforço da administração Biden para determinar o quanto a economia e os militares dos EUA dependem das exportações chinesas. Biden disse no início deste mês que seu governo está se preparando para uma "competição extrema" com a China.
O projeto de ordem executiva é um dos primeiros esforços tangíveis da administração Biden para avaliar e apoiar os negócios norte-americanos por meio de uma revisão completa da origem das principais matérias-primas.
Analistas de defesa e políticos democratas e republicanos têm nos últimos anos destacado a dependência dos EUA da China para metais de terras raras, um grupo de minerais usados na produção de tecnologias avançadas, incluindo telas de computador, armas de última geração e caças F-35, como uma potencial armadilha estratégica.
Dependência da China
A China está explorando a limitação da exportação de minerais de terras raras, que são cruciais para a fabricação de caças F-35 e outros armamentos sofisticados norte-americanos, de acordo com pessoas envolvidas em uma consulta governamental ouvidas pelo jornal Financial Times esta semana.
De acordo com o jornal, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China elaborou projetos de controle sobre a produção e exportação de 17 minerais de terras raras em janeiro. O país controla cerca de 80% do fornecimento global de minerais, vitais para a produção de armamentos avançados.
Ano passado, durante uma reunião do Comitê de Energia e Recursos Naturais do Senado dos EUA, a senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, perguntou a Simon Moores, diretor-gerente da Benchmark Mineral, o que poderia acontecer se a China decidisse cortar os EUA de minerais. Moores disse que tal movimento deixaria os EUA com poucas opções e seria devastador para a economia norte-americana.