Novas imagens de satélite disponíveis aqui, publicadas nesta quinta-feira (18) pelo Painel Independente sobre Materiais Físseis (IPFM, na sigla em inglês), mostram o progresso nos trabalhos de construção.
A área que está em obras fica a várias centenas de metros localizada ao sul e a oeste do reator, que tem uma cúpula, e do local de reprocessamento no Centro de Pesquisa Nuclear Shimon Peres Negev, perto da cidade desértica de Dimona.
Pavel Podvig, pesquisador do programa de ciência e segurança global da Universidade de Princeton (EUA) disse que: "Tudo indica que a construção começou no início de 2019, ou final de 2018, então está em andamento há cerca de dois anos, mas isso é tudo o que podemos dizer neste momento".
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— Samir (@obretix) February 18, 2021
A embaixada israelense em Washington não fez quaisquer comentários relativos às novas imagens. Israel mantém uma política de ambiguidade deliberada sobre seu arsenal nuclear que não confirma nem nega a sua existência. A Federação dos Cientistas Americanos (FAZ, na sigla em inglês) estima que Israel tem cerca de 90 ogivas, feitas de plutônio produzido no reator de água pesada de Dimona, escreve o The Guardian.
Relatou-se que a instalação nuclear tem sido usada por Jerusalém para criar réplicas de centrífugas de urânio do Irã para testar o vírus de computador Stuxnet, utilizado para sabotar o programa de enriquecimento de urânio iraniano em Natanz. Mas isso teria acontecido há mais de dez anos, muito tempo antes de a atual expansão começar.
Israel construiu o reator de Dimona na década de 1950 com a ajuda extensa e clandestina do governo francês. No final da década, havia cerca de 2,500 cidadãos franceses vivendo em Dimona, que tinham suas próprias escolas francesas, mas tudo sob as cobertas de negação oficial.