O Ministério Público da Venezuela abriu uma investigação contra o ex-presidente da empresa petrolífera estatal PDVSA, Rafael Ramírez, pelo pagamento de subornos, incluindo uma empresa espanhola, disse na quinta-feira (18) Tarek William Saab, procurador-geral do país.
"O Ministério Público abriu uma investigação para estabelecer e punir as responsabilidades que podem surgir da participação da empresa espanhola INGELEC no esquema de pagamento de subornos a ex-funcionários do governo venezuelano", disse Saab em uma coletiva de imprensa em Caracas, relatada pela emissora VTV.
O alto funcionário disse que também está envolvido Diego Salazar Carreño, primo de Ramírez, sua principal testa de ferro, e que já foi preso na Venezuela por corrupção.
Saab apontou que a empresa INGELEC, sediada em Sevilha, Espanha, responsável pela fabricação de geradores de energia, teria pago um total de € 2,7 milhões (cerca de R$ 17,79 milhões) em comissões a um grupo liderado por Ramírez e Salazar.
#EnVideo 📹 | FGR @TarekWiliamSaab añadió que estas comisiones habrían sido pagadas entre 2009 y 2010 a una sociedad panameña y luego transferidas a la banca privada de Andorra#SputnikVEnVenezuela pic.twitter.com/jPj5OYifWN
— MIPPCI (@Mippcivzla) February 18, 2021
Em vídeo: Tarek William Saab acrescentou que estas comissões teriam sido pagas entre 2009 e 2010 a uma empresa panamenha e depois transferidas para banco privado em Andorra.
Tarek William Saab explicou que a organização liderada por Ramírez se dedicava a solicitar subornos de empresas internacionais, que se escondiam sob "empresas fachada" em paraísos fiscais como Panamá, Belize, ilhas Virgens Britânicas e Andorra, e em troca obtinham contratos com a PDVSA.
O procurador-geral reiterou que o ex-presidente da estatal tem um mandado de prisão e alerta vermelho da Interpol, e que foi solicitado ao governo italiano um pedido de sua extradição.
Saab notou que Rafael Ramírez está sob investigação do Ministério Público em pelo menos sete casos de corrupção.
Ramírez, considerado uma das figuras mais confiáveis de Hugo Chávez, presidente da Venezuela entre 1999 e 2013, foi nomeado presidente da PDVSA após a greve petrolífera de 2002, cargo que ocupou até 2014.
Entre 2017 e 2020, a Venezuela revelou 28 esquemas de corrupção na estatal venezuelana, que envolveram grandes perdas econômicas para o país. Até agora, as autoridades identificaram a participação de 194 funcionários nestes eventos, dos quais 103 foram processados.