Ramon Olorunwa Abbas teria tido um papel fundamental em golpes cibernéticos conduzidos por três programadores norte-coreanos, acusados de extorsão de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 7 bilhões) em dinheiro e criptomoeda, apontou o Departamento de Justiça dos EUA, segundo a agência Bloomberg.
Abbas, amplamente conhecido nas redes sociais como "Hushpuppi", tem 2,5 milhões de seguidores em sua página de Instagram, onde postava com regularidade fotos posando com carros luxuosos ou embarcando em jatos privados. No momento, a estrela nigeriana das redes sociais se encontra sob custódia das autoridades dos EUA, onde aguarda por julgamento.
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John Demers, diretor da Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça americano, disse, citado pela mídia, que os operacionais da Coreia do Norte "são os principais ladrões de bancos do mundo", após divulgar as acusações apresentadas a Jon Chang Hyok, Kim Il e Park Jin Hyok. Este trio, juntamente com outros indivíduos norte-coreanos não identificados, esteve envolvido no hackeamento da companhia Sony Pictures Entertainment em 2014, bem como na tentativa de roubo de cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,4 bilhões) do Banco Central do Bangladesh em 2016, de acordo com o governo estadunidense.
Supostamente, os hackers teriam começado um novo esquema no qual incluíram Ramon Abbas, cujo papel seria "lavar fundos de um roubo cibernético perpetrado pela Coreia do Norte" a um banco maltês não identificado, em fevereiro de 2019. Durante o processo, Abbas trabalhou com um cidadão canadiano, Ghaleb Alaumary, acusado pelas autoridades americanas de organizar equipes para lavagem de milhões de dólares roubados através de hackeamento de caixas automáticas, inclusive do banco paquistanês BankIslami e de outro banco na Índia, de acordo com o Departamento de Justiça. Em outubro de 2019, Alaumary concordou em cooperar com as autoridades dos EUA.
No mesmo ano, a celebridade do Instagram foi extraditada do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para os EUA, onde enfrenta acusações criminais de conspirar para lavar centenas de milhões de dólares provenientes de fraudes e de outros esquemas corruptos.
Segundo a Bloomberg, o antigo advogado de Ramon Abbas, Gal Pissetzky, teria declarado à Forbes em julho de 2020 que o seu cliente estava "completamente inocente" de todas as acusações. No entanto, em janeiro deste ano, Pissetzky e outro advogado de Abbas desistiram de sua defesa.