QAnon é uma das principais teorias de conspiração da extrema direita nos EUA, que afirma que o mundo está sendo comandado por pedófilos e satanistas, que operam uma rede mundial de tráfico sexual de crianças.
Esta teoria insólita surgiu de um internauta identificado como Q em 2017, e ao longo do tempo foi ganhando adeptos nos EUA. O pico de sua notoriedade foi atingido quando vários dos adeptos da teoria participaram da invasão ao Capitólio americano em 6 de janeiro de 2021.
Apesar de ser, em sua natureza, um fenômeno norte-americano, o QAnon foi ganhando seus admiradores em outras partes do mundo. De acordo com o The Washington Post, um número crescente de simpatizantes do movimento de extrema direita foi registrado na Austrália, Nova Zelândia e Alemanha, e parece que a derrota eleitoral de Donald Trump em novembro do ano passado reforçou ainda mais a divulgação dos ideais do QAnon.
Até agora, o último país em que foi registrado o aparecimento de adeptos do QAnon foi a França, conforme informações recebidas pela empresa estatal francesa responsável por investigar movimentos sectários MIVILUDES, informa o jornal Le Figaro.
Na França, uma das fontes principais na difusão das ideias do movimento de extrema direita é o site DéQodeurs, onde também são compartilhados várias fake news. Este website teria sido criado pelo cidadão albanês Léonard Sojili, que apareceu pela primeira vez na Internet francesa em 2011, onde começou a propagar as várias conspirações relacionadas aos atentados de 11 de setembro, dizem vários especialistas da mídia franceses.
Marlène Schiappa, ministra da Cidadania da França, contou à mídia francesa em janeiro que o desenvolvimento de "novos grupos conspiracionistas" em solo francês é "muito preocupante", mas também sublinhou que o governo "tem os olhos postos" no movimento QAnon.