Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, o chefe de Estado questionou: "O petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil?".
Em outro momento, Bolsonaro criticou o atual presidente da estatal por estar trabalhando de casa. Em função da pandemia do coronavírus, vários servidores estão atuando em regime não presencial.
"O atual presidente da Petrobras está há 11 meses em casa, sem trabalhar, né?", disse Bolsonaro, segundo o portal UOL. "O chefe tem que estar na frente, bem como seus diretores. Isso [home-office] para mim é inadmissível. Descobri isso há poucas semanas. Imagina eu, presidente, em casa com medo da COVID-19, ficando aqui o tempo todo aqui no Alvorada. Não justifica isso", acrescentou.
Descontente com os seguidos reajustes do diesel e da gasolina, Bolsonaro indicou um novo presidente para a Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, ex-ministro da Defesa e atualmente diretor-geral da Itaipu Binacional.
O Conselho de Administração da Petrobras ainda precisa aprovar a troca. A nomeação e as declarações de Bolsonaro fizeram as ações da estatal desabarem no pregão da bolsa.
'Ninguém vai interferir'
Segundo o presidente, as reações críticas às mudanças na empresa são um "sinal de que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras: atender aos interesses próprios de alguns grupos do Brasil".
Em relação aos preços, ele afirmou que "ninguém vai interferir", mas quer "números concretos" da Petrobras, inclusive os valores dos salários de seus funcionários.
"Eu não consigo entender, em um prazo de duas semanas, ter um reajuste no diesel em 15%", disse Bolsonaro. "Não foi essa a variação do dólar aqui dentro, nem do preço do barril lá fora. Tem coisa que tem que ser explicada. Eu não peço, eu exijo transparência de quem é subordinado meu. A Petrobras não é diferente disso aí", justificou.
Salários na Petrobras
O chefe de Estado também criticou o salário do presidente da Petrobras. Bolsonaro perguntou aos apoiadores se sabiam quanto o diretor da estatal ganhava, e uma pessoa respondeu R$ 50 mil.
"É mais do que isso por semana. Então, tem coisa que não está certa. Não quero que ele ganhe R$ 10.000 por mês também, não. Tem que ser uma pessoa qualificada. Mas não ter esse tipo de política salarial lá dentro", afirmou Bolsonaro.