Em dezembro do ano passado, pesquisadores do Torus Comum Europeu (JET, na sigla em inglês) começaram a conduzir experimentos de fusão com trítio, um isótopo raro e radioativo do hidrogênio, informa o jornal científico britânico Nature.
O tokamak, um reator em forma de rosquinha, foi convertido em um reator do ITER na escala de um a 10. O ITER é o maior projeto de pesquisa de fusão nuclear do mundo, cujos preparativos para tal evento começaram em julho de 2020.
As operações do ITER deverão se iniciar em 2025. Neste ano, pesquisadores do JET começarão experimentos envolvendo diferentes isótopos de hidrogênio, como o trítio e o deutério, de acordo com o site de notícias tecnológicas Futurism.
Na teoria parece simples: o plasma de ambos os isótopos é combinado, liberando calor, que seria o resultado da produção de hélio, e fazendo com que as temperaturas dentro do reator pudessem atingir cerca de 100 milhões de graus, bem mais quente que o núcleo do Sol, sendo que o calor adicional acabaria suportando outras fusões nucleares, explica o jornal.
Na prática, os cientistas esperam conseguir uma reação de, pelo menos, cinco segundos, que é tempo suficiente para coletar toda a informação necessária sobre o comportamento do trítio.
No entanto, os nêutrons criados pelas fusões do trítio com o deutério vão fazer com que o estabelecimento onde se encontra o reator fique altamente radioativo, tirando qualquer chance de entrar lá por no mínimo 18 meses. Assim, seria melhor que o experimento desse resultado na primeira tentativa.
Se a fusão de isótopos ocorrer como planejado, esta poderá representar uma nova forma de energia ilimitada e sem risco de derretimento nuclear.