As ações de Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras despencaram após a exigência de troca na presidência da petroleira feita pelo presidente Jair Bolsonaro. As estatais perderam, juntas, R$ 113,2 bilhões em dois dias, segundo levantamento da consultoria Economatica, publicado pelo Estadão.
A queda do papel da Petrobras, alvo das críticas de Bolsonaro, foi de R$ 99,6 bilhões, incluindo parcela da BR Distribuidora. As ações da empresa, que já tinham caído quase 8% na última sexta-feira (19), desabaram 20,48% só nesta segunda-feira (22).
A turbulência com o anúncio da saída de Roberto Castello Branco e da indicação do general Joaquim Silva e Luna para o posto respingou nas outras estatais. No Banco do Brasil e na Eletrobras, o valor de mercado recuou, respectivamente, R$ 12,6 bilhões e quase R$ 900 milhões em dois dias.
Como referência, as perdas somadas equivalem a quase o valor do BTG Pactual, segundo a consultoria.
Nesta segunda-feira (22), o Ibovespa fechou em 112.667 pontos, recuando 4,87%, a maior queda em um dia desde 24 de abril de 2020, quando o ex-ministro Sergio Moro rompeu com o governo alegando a tentativa de intervenção de Bolsonaro na Polícia Federal.
A mudança na Petrobras também impactou o dólar, que na máxima do dia chegou a bater R$ 5,53, fechando em R$ 5,45, uma alta de 1,27%.