No ano passado, o autor do estudo, Anthony Romilio, da Universidade de Queensland, Austrália, observou de perto seis aves representadas no famoso quadro conhecido como Gansos de Meidum, um quadro de 4.600 anos de antiguidade que historiadores descrevem como "uma das grandes obras-primas do gênero de animais egípcios", de acordo com Science Alert.
Apesar de séculos de observação e o fato de que a obra detém um lugar na história como a mais antiga representação de aves com detalhes suficientes para identificar espécies, a identidade exata desses gansos nunca foi concluída pela comunidade científica.
A possível razão desta dificuldade ocorre porque um deles não é encontrado em nenhum livro de ornitologia. O autor do estudo apontou que "aparentemente, ninguém percebeu que [a obra] representava uma espécie desconhecida".
A maioria dos especialistas concordam que dois gansos pertencem provavelmente a espécie Anser albifrons, que até hoje pode ser encontrada em todo o Hemisfério Norte. Mas a identidade de outros pássaros da pintura que olham para a direita ainda está em dúvida.
Estes têm uma semelhança com gansos de peito vermelho, ou Branta ruficollis, aves raras encontradas no oeste da Europa, mas as opiniões dos especialistas variam.
A fim de detectar uma escala de dissimilaridade entre essa espécie e os gansos pintados, Romilio comparou 13 caraterísticas visíveis de cada animal utilizando o método designado como "critérios de Tobias".
Segundo ele, um par destes gansos diferenciam-se bastante de gansos de peito vermelho, o que permite identificá-los como únicos, indicando que é mais do que provável que nunca mais veremos essa espécie.
"Do ponto de vista zoológico, a obra de arte egípcia é a única documentação deste ganso com padrões distintos, que agora parece ser globalmente extinto", disse o autor do estudo.
O que ocorreu com este ganso em particular é um enigma que ainda está para ser resolvido.