A declaração foi feita pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro nesta quarta-feira (24).
"Se vocês [UE] não mudarem [a política em relação à Venezuela], não faremos nenhum acordo e não nos envolveremos em nenhum diálogo com vocês. Gostaria que vocês percebessem que a Venezuela sabe responder às ameaças, não importa de onde elas venham", afirmou Maduro.
A UE sancionou funcionários venezuelanos após as eleições parlamentares realizadas no país sul-americano no início de dezembro. De acordo com o bloco, o processo de votação não correspondeu aos padrões internacionais e foi uma "oportunidade perdida de liberdade". Em resposta, o governo venezuelano declarou a diplomata portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, representante da UE em Caracas, como "persona non grata" e deu 72 horas para que ela deixasse o país.
"Não queríamos fazer isso porque gostaríamos de ter melhores relações com a Europa, mas não podemos aceitar o ataque de ninguém à Venezuela, a introdução de sanções à Venezuela", disse Maduro.
Esta é a segunda vez desde junho de 2020 que a Venezuela expulsa do país a representante do bloco por causa das sanções aplicadas pela UE. Em meados do ano passado, no entanto, Caracas deixou sua decisão sem efeito após contatos sobre a necessidade de manutenção das relações diplomáticas.
"Estávamos em busca de um diálogo e passos importantes já haviam sido dados com um país da Europa para restabelecer o diálogo com todos os setores da oposição e também com o chavismo, mas assim não, ou vocês retificam ou com vocês não há mais nenhum acordo, nenhum tipo de diálogo, senhores da União Europeia", alertou o presidente venezuelano.
No dia 23 de fevereiro, a Assembleia Nacional da Venezuela havia pedido ao governo do país a resposta diplomática contra o bloco europeu.