Durante manifestação de apoiadores na capital Erevan, Pashinyan disse que cogitou em renunciar após o último conflito em Nagorno-Karabakh, mas que tomou outra decisão:
"Depois da guerra eu pensei muito em renunciar. Mas depois eu disse que me tornei premiê não por minha vontade, mas porque o povo decidiu. E é o povo que deve decidir a questão de minha saída. Que o povo exija minha renúncia, que me fuzile na praça."
Ao mesmo tempo, o premiê apelou para que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Onik Gasparyan, deixe o cargo voluntariamente.
"Eu falei hoje com o presidente da Armênia. Se ele não assina minha proposta de demissão de Gasparyan, então ele está se unindo ao golpe de Estado? Que o próprio Onik Gasparyan escreva sua carta de renúncia e saia, não tem que gerar tumultos. Eu não permitirei que ele use o Exército contra o povo", acrescentou Pashinyan.
Enquanto a Armênia vive tensões após o chefe do Estado-Maior assinar uma declaração exigindo a renúncia do premiê, este sugeriu que o movimento político-militar contra ele teria a influência de outras lideranças políticas.
"Nas fileiras das Forças Armadas existem apoiadores das antigas autoridades, as quais devem sair do Exército. O Exército deve se submeter ao povo e ao governo eleito pelo povo e não deve tomar parte nos processos políticos."
Aviação militar sobrevoa Erevan
De acordo com correspondente da Sputnik, a aviação militar armênia sobrevoou a capital, mais precisamente sobre áreas onde estão ocorrendo protestos tanto a favor quanto contra Pashinyan.
Na manifestação contrária ao governo, os presentes aplaudiram a ação dos aviadores.
Enquanto a Turquia condenou o que considerou uma tentativa de golpe contra Pashinyan, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, também expressou sua opinião sobre a crise na Armênia.
"A Armênia nunca esteve em um estado tão precário. Foram os líderes deles que os colocaram nesta situação. E os líderes da junta que governou a Armênia por 20 anos – a junta Kocharyan-Sargsyan e o governo anterior a ela", noticiou o serviço de imprensa do presidente azeri.
"Em relação ao período pós-guerra, agora todos veem que o Azerbaijão está se desenvolvendo, iniciaram-se os trabalhos de restauração [em Nagorno-Karabakh], mas na Armênia há uma crise, culpam-se uns aos outros, mostram os dentes uns para os outros. Os representantes estrangeiros sempre falaram que a sociedade armênia demonstra unidade e que na sociedade armênia existe unidade nacional. Agora nós vemos onde está essa unidade nacional", disse Aliev.