Durante coletiva de imprensa nesta sexta (26), o presidente azeri, Ilham Aliev, disse:
"Na Armênia há uma situação de crise neste momento. Não gostaria de fazer comentários sobre seus processos internos. Nunca interferimos nos assuntos internos de outros países, ainda mais neste momento tão sensível. Mas os resultados após a guerra permanecem inalterados e o acordo trilateral de 10 de novembro de 2020 é respeitado e deve ser executado. [...] Espero que, apesar da situação na Armênia, a declaração assinada em 10 de novembro seja implementada. Caso contrário, a Armênia ficará em uma situação ainda mais difícil."
Entre os meses de setembro e novembro de 2020, a Armênia e o Azerbaijão viveram um conflito armado devido às suas diferentes visões sobre o status da região de Nagorno-Karabakh. Em novembro do mesmo ano, as partes, mediadas pela Rússia, alcançaram um acordo de cessar-fogo que resultou no fim das hostilidades.
Ontem (25), o Estado-Maior das Forças Armadas da Armênia exigiu a renúncia do premiê Nikol Pashinyan e de todo o governo. Desde o fim do conflito, quando o Azerbaijão passou a controlar diversas áreas de Nagorno-Karabakh, oposicionistas armênios, muitos dos quais ficaram insatisfeitos com o acordo de cessar-fogo, têm realizado protestos contra o premiê Pashinyan.
Aliev contra modernização do Exército da Armênia
Ainda ontem, Aliev já havia feito declarações advertindo para um possível agravamento das relações do seu país com a Armênia.
"Alguns dias atrás eu ouvi que agora os aliados [da Armênia] querem modernizar novamente o Exército armênio. Com que finalidade? Contra quem? A guerra acabou. Se alguém está com ânimos de revanchismo vai ver [o nosso] punho. Que não testem nossa paciência. [...] Nunca permitiremos qualquer ameaça contra nós, ou que nossos cidadãos que voltem às terras libertadas sintam qualquer tipo de risco."
Ao mesmo tempo, o presidente azeri afirmou que as Forças Armadas do Azerbaijão estão se reforçando.
"Nosso Exército continuará se fortalecendo. Foram assinados novos contratos, está sendo adquirido o armamento mais moderno, e ele já é fornecido", acrescentou.