Os manifestantes pedindo a renúncia do premiê bloquearam o tráfego na região do parlamento armênio e distribuíram chá e bolos para os participantes. Apesar da forte presença da polícia no local, os agentes de segurança não intervieram no protesto, mas bloquearam os acessos à avenida principal no local e isolaram o edifício do parlamento.
Os protestos também aconteceram fora da capital armênia. Na cidade de Kapan, no sudeste do país, os moradores saíram às ruas para expressar solidariedade aos militares armênios, que também exigiram a renúncia de Pashinyan. O prefeito de Kapan, Gevorg Parsyan, que participou do protesto, criticou o primeiro-ministro por aprofundar a crise doméstica e cortar os laços com a Rússia.
"Todos os dias ele faz algumas declarações ridículas. Qual é o problema dele com Iskander? Ele arruinou as relações com a Rússia e causou problemas com o Estado-Maior das Forças Armadas. Este poder político mergulhou o país em uma crise profunda e no caos - o sistema de governança não funciona e isso está nos levando a um colapso", disse Parsyan durante a manifestação.
Os protestos em Erevan começaram na quinta-feira (25), após Pashinyan pedir a demissão de oficiais militares de alto escalão, incluindo o chefe do Exército, Onik Gasparyan, e o vice-chefe Tiran Khachatryan, que teria zombado de um polêmico comentário do primeiro-ministro sobre supostas falhas nos mísseis Iskander fornecidos pela Rússia, durante o recente conflito com o Azerbaijão na região de Nagorno-Karabakh.
Os militares exigiram a saída de Pashinyan, o que o primeiro-ministro chamou de tentativa de golpe. Mais cedo, neste sábado (27), o presidente armênio, Armen Sarkisyan, recusou o pedido de Pashinyan para demitir Gasparyan, por considerar a demissão inconstitucional.