Em nota divulgada nesta segunda-feira (1º), 17 governadores criticaram o presidente Jair Bolsonaro e afirmaram que o governo federal promove "má informação" ao "priorizar a criação de confrontos, a construção de imagens maniqueístas e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população".
Bolsonaro publicou no domingo (28), em suas redes sociais, dados sobre repasses feitos pela União aos estados para o combate à pandemia do novo coronavírus no país.
Os governadores classificaram os repasses como uma "obrigação constitucional" do governo federal e que o montante transferido para a área de saúde foi "absolutamente minoritária". As informações foram publicadas pelo portal G1.
"Nesse sentido, a postagem hoje [domingo (26)] veiculada nas redes sociais da União e do presidente da República contabiliza majoritariamente os valores pertencentes por obrigação constitucional aos estados e municípios, como os relativos ao FPE [Fundo de Participação dos Estados], FPM [Fundo de Participação dos Municípios], FUNDEB [fundo para a educação], SUS, royalties, tratando-os como uma concessão política do atual governo federal", escreveram os governadores na carta.
Os políticos afirmam também que as informações divulgadas estão "distorcidas" e têm o objetivo de "gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais".
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— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 1, 2021
No total, Bolsonaro informou que R$ 847 bilhões foram repassados aos governos regionais até 15 de janeiro de 2021. Em auxílios, foram R$ 293,8 bilhões.
"Adotando o padrão de comportamento do Presidente da República, caberia aos estados esclarecer à população que o total dos impostos federais pagos pelos cidadãos e pelas empresas de todos estados, em 2020, somou R$ 1,479 trilhão. Se os valores totais, conforme postado hoje, somam R$ 837,4 bilhões, pergunta-se: onde foram parar os outros R$ 642 bilhões que cidadãos de cada cidade e cada estado brasileiro pagaram à União em 2020?", questionam.
Os governadores que assinam o texto são: Renan Filho (MDB), Alagoas; Waldez Góes (PDT), Amapá; Rui Costa (PT), Bahia; Camilo Santana (PT), Ceará; Renato Casagrande (PSB), Espírito Santo; Ronaldo Caiado (DEM), Goiás; Flávio Dino (PC do B), Maranhão; Helder Barbalho (MDB), Pará; João Azevedo (Cidadania), Paraíba; Ratinho Júnior (PSD), Paraná; Paulo Câmara (PSB), Pernambuco; Wellington Dias (PT), Piauí; Cláudio Castro (PSC), Rio de Janeiro; Fátima Bezerra (PT), Rio Grande do Norte; Eduardo Leite (PSDB), Rio Grande do Sul; João Doria (PSDB), São Paulo; e Belivaldo Chagas (PSD), Sergipe.