Anteriormente, astrofísicos já haviam detectado furacões espaciais nas baixas atmosferas de Júpiter, Marte, Saturno e ainda no Sol, mas eles duvidavam que um evento similar poderia ocorrer na alta atmosfera da Terra.
Os pesquisadores da Universidade de Shandong, China, usaram dados de satélite para identificar o furacão espacial acima de nosso planeta, revelando que o mesmo não foi um redemoinho de ar, mas sim de plasma, isto é, um gás ionizado. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Communications.
A massa circulada chovia elétrons ao invés de água e durou cerca de oito horas antes de se destruir. O professor Mike Lockwood, cientista espacial da Universidade de Reading, Reino Unido, diz que furacões podem ser um fenômeno universal de outros planetas e Luas com campos magnéticos e plasma.
"Até hoje, não era certo que furacões de plasma espacial existissem mesmo, então, provar isso com uma observação tão marcante é incrível", disse Lockwood.
O furacão espacial, que ocorreu durante o período de baixa atividade geomagnética, compartilha muitas características com furacões na atmosfera baixa da Terra, contendo um centro silencioso, braços espirais e circulação ampla.
Tempestades tropicais são associadas a grandes quantidades de energia, e estes furacões espaciais devem ser criados por uma transferência extraordinariamente volumosa e rápida de energia de vento solar e partículas carregadas para alta atmosfera da Terra.
Espera-se que eles levem a efeitos meteorológicos espaciais, tais como o aumento da resistência de satélites, perturbações nas comunicações de rádio de alta frequência e erros mais frequentes em radares, navegação por satélite e sistemas de comunicação.
"Plasma e campos magnéticos na atmosfera de planetas existem por todo o Universo, então os resultados sugerem que furacões espaciais dever ser um fenômeno comum", concluíram os autores.