Se o átomo de um elemento químico possuir um excesso de prótons e nêutrons, ele se torna instável, fazendo com que as partículas adicionais sejam emitidas como radiação gama até que se torne estável novamente.
Um destes isótopos instáveis é o nióbio-92 (92Nb), também considerado isótopo radioativo e que tem uma meia-vida de 37 milhões de anos, sendo relativamente curta, extinguindo-se pouco depois da formação do Sistema Solar.
Contudo, os cientistas conseguiram utilizar o nióbio-92 extinto na forma de cronômetro 92Nb-92Zr, com o qual conseguiram datar eventos ocorridos no Sistema Solar primitivo, há aproximadamente 4,57 bilhões de anos.
O maior planeta do Sistema Solar experimenta uma grande quantidade de impactos a cada ano, muito mais do que a Terrahttps://t.co/4GPmyS4lbD
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 25, 2021
Uma equipe de pesquisa do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique e do Instituto de Tecnologia de Tóquio realizou uma melhora significativa neste cronômetro através de recuperação de minerais raros de zircão e rutilo de meteoritos que eram fragmentos do protoplaneta Vesta, fornecendo evidência precisa de como era o 92Nb no momento da formação do meteorito.
"Portanto, este cronômetro melhorado é um instrumento poderoso para datar as idades precisas da formação e desenvolvimento de asteroides e planetas, eventos que ocorreram nas primeiras dezenas de milhões de anos depois da formação do Sistema Solar", comunicou Maria Schonbachler, professora do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique.
Através da datação com urânio e chumbo, a equipe calculou a abundância de 92Nb no momento da formação do Sistema Solar e, combinando os dois métodos, melhorou significativamente a precisão do cronômetro 92Nb-92Zr.
Agora que os cientistas compreendem com mais precisão o quão abundante era o 92Nb nos primórdios do Sistema Solar, eles podem determinar melhor a localização da formação destes átomos e da origem do material que forma nosso Sol e os planetas.