Cientistas da Universidade de Tel Aviv, Israel, descobriram que as proteínas do SARS-CoV-2 afetam a permeabilidade vascular, impactando as células do endotélio, segundo estudo publicado no portal bioRxiv.
Após a fase inicial de infecção viral, cerca de 30% dos internados têm doença grave com danos progressivos nos pulmões e reposta imune exagerada, com sintomas tais como queda brusca do nível de oxigênio no sangue, tempestade de citocinas e também insuficiência renal e cardíaca.
Os cientistas afirmam que maioria destas patologias é ligada à coagulação excessiva no sangue e disfunção dos vasos.
O genoma do SARS-CoV-2 codifica 29 proteínas que determinam os sintomas da COVID-19. Para observar o impacto das proteínas do coronavírus sobre as células do endotélio, os cientistas clonaram e expressaram 26 destas proteínas em células da veia do cordão umbilical humano.
Pela resposta do endotélio à superexpressão de cada proteína os cientistas determinaram como cada proteína do SARS-CoV-2, independentemente das outras, afeta as mudanças na barreira endotelial dos vasos sanguíneos, o aumento de coagulação, inflamação e libertação de citocinas.
Os cientistas descobriram que 70% das proteínas do coronavírus estimulam mudanças significativas na permeabilidade do endotélio que estão ligadas a vários fatores:
- Impacto direto sobre as células que revestem a superfície interna dos vasos, causando disfunção do endotélio;
- Lise celular, ou seja, destruição ou dissolução das células;
- Rejeição da enzima conversora da angiotensina 2 humana (hACE2) pelas proteínas virais que aumentam a permeabilidade vascular.
Além disso, os pesquisadores acreditam que a resposta imune exagerada, quando ocorre a combinação de células imunes e neutrófilos, causa a produção de formas ativas de oxigênio, citocinas inflamatórias e moléculas vasoativas.
Precipitação de ácido hialurônico causa mudanças em ligações do endotélio, aumento de permeabilidade vascular, vazamento de sangue e coagulação.
Como resultado do estudo, os autores determinaram quais proteínas virais têm papel-chave na resposta fisiológica à infecção viral e, se baseando nas conclusões, prepararam recomendações para o desenvolvimento de remédios para suprimir essas proteínas.