"Nós não notamos qualquer tipo de impacto direto [das sanções]. Nós vamos ver como o CAATSA [Ato Contra Adversários da América Através de Sanções] vai funcionar, mas neste momento não há consequências claras", esclareceu o responsável oficial em entrevista ao canal turco NTV nesta quarta-feira (3).
"Se [os norte-americanos] acham que vão desencorajar-nos de tomar quaisquer decisões nacionais, eles acham erradamente", adicionou ele, referindo-se à pressão via sanções.
Demir também confirmou que Ancara está negociando a compra de outro lote de sistemas S-400 da Rússia, apesar das ameaças de sanções norte-americanas. "A linguagem de sanções não afetará a decisão da Turquia", ressaltou a autoridade.
Em janeiro, um funcionário do órgão federal de vigilância técnico-militar da Rússia confirmou que as conversações sobre a venda de um segundo lote de S-400 para a Turquia tinham entrado em um estágio avançado. No entanto, ainda não é certo se Moscou aceitará pedidos turcos para produção conjunta e transferência de tecnologia de sistemas de defesa antiaérea avançados, levando em consideração o status do país como membro da OTAN.
Washington impôs sanções à Presidência de Indústrias de Defesa, que é uma instituição civil estabelecida pelo governo turco a fim de gerir a indústria de defesa da Turquia e o fornecimento de tecnologia militar, bem como a Demir e mais três cidadão turcos, em dezembro de 2020. Ancara qualificou estas sanções como "ataque aberto" à soberania da Turquia e ameaçou retaliar.
A administração Biden, no entanto, não mudou a política de Trump quanto aos S-400 turcos, mantendo em vigor as sanções e ressaltando que não retomaria as transferências de F-35 para Ancara, a menos que ela mesma desista da ideia dos S-400.