"O escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos tem uma informação corroborada de que pelos menos 54 pessoas foram assassinadas pelos agentes da polícia e militares desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro", diz o comunicado.
Além disso, a nota indica que "o balanço de mortos atual poderia ser muito maior que as cifras que o escritório pôde verificar".
"Desde 1º de fevereiro, mais de 1.700 pessoas foram presas ou detidas arbitrariamente por sua participação em protestos ou por envolvimento na atividade política", acrescenta o texto.
🇲🇲 #Myanmar: @MBachelet urges all those with information – incl. officials joining civil disobedience movement – to support international efforts to hold military leaders accountable for rights violations – citing @IntlCrimCourt & @CIJ_ICJ proceedings 👉 https://t.co/tuJ3oMQvLM pic.twitter.com/gq1fkUIESb
— UN Human Rights (@UNHumanRights) March 4, 2021
Mianmar: Bachelet pede a todos com informação e influência – inclusive os funcionários de Mianmar que agora se juntam ao movimento de desobediência civil – a apoiar as tentativas internacionais para responsabilizar os líderes militares por graves violações dos direitos humanos.
O ACNUDH detalhou que entre os detidos estão "membros do Parlamento, ativistas políticos, funcionários de organismos eleitorais, escritores, defensores de direitos humanos, professores, trabalhadores de saúde, funcionários públicos, jornalistas, monges e celebridades".
Além disso, pelo menos 29 jornalistas foram presos nos últimos dias, entre eles oito mulheres.
"Os militares de Mianmar devem acabar com os assassinatos e detenções de manifestantes, [...] é totalmente abominável que as forças de segurança abram fogo real contra manifestantes pacíficos", declarou a alta comissária da ONU para os direitos humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, citada no documento.
Bachelet, por sua vez, também se disse "horrorizada pelos ataques documentados contra o pessoal médico de emergência e ambulâncias que tentavam ajudar os feridos".