Depois dos escândalos financeiros que atingiram a imagem da monarquia na Espanha, agora surge o caso da imunização das irmãs Elena e Cristina, em Abu Dhabi, durante viagem para visitar o rei emérito Juan Carlos, que está exilado devido às investigações sobre a origem de sua fortuna.
De acordo com informações do El Español, as irmãs furaram a fila da vacinação espanhola, que vinha sendo respeitada por Felipe, a rainha Letizia e suas filhas.
"Tanto minha irmã [Cristina] como eu viemos visitar o nosso pai e, com o objetivo de ter um passaporte sanitário que nos permitisse fazê-lo [visitar o pai] regularmente, ofereceram para nós a possibilidade de nos vacinarmos, e aceitamos", explicou a irmã mais velha, Elena de Bourbon.
As duas deixaram de pertencer à família real em 2014, quando seu irmão Felipe assumiu o trono após a abdicação de Juan Carlos I. Pela sua idade, 57 e 55 anos, as irmãs ainda não deveriam ter recebido a vacina na Espanha.
Reações na sociedade espanhola
Os partidos da oposição reagiram de forma diferente. Enquanto o porta-voz dos Cidadãos, Edmundo Bal, criticava abertamente as filhas de Juan Carlos, o também conservador Partido Popular (PP) evitou qualquer censura e destacou que se trata de um "assunto pessoal". Elas "não tomaram a vacina de nenhum espanhol", afirmou.
O ministro da Política Territorial, Miquel Iceta, ao criticar a realeza, fez questão de destacar que Felipe VI, a rainha e as suas duas filhas, Leonor e Sofia, "não caíram naquele erro" de pular a fila de vacinação.
Para a ministra do Trabalho, Yolanda Diaz, faltou empatia da realeza com os profissionais que ainda correm o risco de se contaminar com a COVID-19, mas que não foram vacinados.