O grupo de cientistas propuseram sua versão de como teria sido o rosto de Lucy, a mais conhecida fêmea australopiteca da história, que os arqueólogos desenterraram em 1974 na Etiópia.
Eles também recriaram a possível aparência de criança de Taung, um hominídeo de 2,8 milhões de anos que morreu quando tinha três ou quatro anos de idade, cujos restos foram encontrados na África do Sul.
Distintivamente de previas reconstruções faciais, os pesquisadores explicaram porque decidiram representar seus rostos desta maneira, e as razões pelas quais a cor da pele difere em ambas as imagens, segundo o estudo publicado na revista Frontiers in Ecology and Evolution.
Os cientistas afirmam que não há "um método empírico para reconstituir de forma fiável as concentrações de melanina epidérmica dos australopitecos", e sendo assim, utilizaram conhecimentos anteriores sobre as funções da melanina como barreira para filtrar a radiação ultravioleta.
"A cor da pele de criança de Taung foi reconstruída para que parecesse semelhante ao Homo sapiens moderno nativo da África do Sul", afirmaram os pesquisadores, dizendo que existe uma forte relação entre a latitude e a cor da pele.
"A aparência da pele pode ser alterada em função da própria interpretação subjetiva da posição taxonômica desses espécimes", de acordo com os cientistas.
Um dos autores do estudo, Ryan Campbell, da Universidade de Adelaida (Austrália), ficou chocado quando percebeu que todas os rostos da australopiteca Lucy são reconstruídos de diferentes formas em todo o mundo.
"Esperava encontrar coerência nas reconstruções expostas em museus de história natural, mas inclusive neles, as diferenças eram tão drásticas que quase pensei que todos os especialistas anteriores não tinham visto uma única reconstrução de hominídeos antes de começar a sua", disse Campbell.