O partido equatoriano Aliança País (AP) expulsou de suas bases o presidente da república Lenín Moreno, por não aceitar sua renúncia anterior. Em nota, o movimento político, presidido por Moreno desde 2017, informou que após reunião determinou que não aceitava sua renúncia por estar em andamento "processo contra ele", que resultou na "expulsão como militante" e na "demissão de sua posição" naquela organização partidária de esquerda.
O AP defende sua resolução na qual o presidente cometeu "infrações" ao "deixar a liderança política do movimento abandonada", ao comparecer a apenas duas "sessões formais" em quatro anos, ao "descumprir o plano do governo" e ao "distribuir ilegitimamente poder a representantes de outros partidos políticos".
Diante da determinação, Moreno se perguntou em sua conta no Twitter: "Como você expulsa alguém que já foi embora?" Além disso, publicou uma carta, datada de 26 de fevereiro, dirigida ao secretário-executivo do partido, Gustavo Baroja Narváez.
¿Cómo se expulsa a alguien que ya se ha ido? Me separé de Alianza País. Los motivos están expuestos en esta carta: pic.twitter.com/wMVWOlrVHv
— Lenín Moreno (@Lenin) March 5, 2021
A ex-candidata à presidência do Aliança País, Ximena Peña, interpretou a renúncia como uma decisão tomada "depois de cumprir as instruções de seus assessores": María Paula Romo, ex-ministra de Governo; Richard Martínez, ex-ministro da Economia, a quem define como "seu candidato" nas últimas eleições, e Guillermo Lasso, do movimento de direita Creando Oportunidades (CREO).
"Lenín se desfilia do Aliança País para evitar sua expulsão. Hoje ele se desfilia, amanhã ele fugirá do país", escreveu a política na rede social.