Em um dos momentos mais críticos da pandemia de COVID-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (5), que até o final do ano "acabou o vírus". Ele voltou a minimizar a doença e a criticar as medidas de isolamento social.
"Falei para esse ano ter o encontrão lá, não tem esse negócio de vírus, não. Até o final do ano acabou vírus já, com toda certeza", garantiu o presidente a um grupo de apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada, conforme publicado pela Folha de S.Paulo.
Na contramão do que pregam prefeitos e governadores neste momento, Bolsonaro se posicionou novamente contra as ações de restrição.
O presidente também distorceu uma declaração de um representante da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em uma entrevista para a revista britânica The Spectator, o enviado especial David Nabarro pediu para que os líderes mundiais não usem o lockdown "como seu método de controle principal" da doença.
"Se tivesse o PT no comando do Brasil pode ter certeza que estava todo ele [o país] fechado. Até a desacreditada OMS diz que lockdown não funciona, e só serve para quase uma coisa só: transformar os pobres em mais pobres", afirmou.
Nesta sexta-feira (5), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que "o Brasil tem que levar a sério" a pandemia, não apenas pensando em sua própria população, mas também porque está prejudicando os países vizinhos.
O Brasil registrou 1.760 mortes pela COVID-19 nesta sexta-feira (5), de acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa com base em dados das secretarias estaduais de Saúde. Foram 75.337 novos diagnósticos nas últimas 24 horas.
Este é o quarto dia seguido em que a quantidade de óbitos fica acima de 1.700.