O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, atacou os críticos ocidentais das políticas de Pequim na região de Xinjiang, descrevendo como "extremamente absurdo" e "mentiras descaradas" as crescentes alegações de genocídio. Wang descartou as alegações de genocídio como "rumores fabricados com segundas intenções".
"Alguns políticos ocidentais preferem ouvir mentiras fabricadas por alguns indivíduos do que se importar com as vozes de 25 milhões de habitantes de Xinjiang de vários grupos étnicos", afirmou Wang durante o XIII Congresso Nacional do Povo (NPC, na sigla em inglês), citado pelo jornal South China Morning Post nesta segunda-feira (8).
O chanceler continuou: "Isso apenas mostra que eles [os ocidentais] têm pouca preocupação com a verdade e que preferem se entregar a manobras políticas e fabricar questões em Xinjiang para minar a segurança e a estabilidade regional e obstruir o progresso do desenvolvimento da China".
Ocidente e Xinjiang
Antes de deixar o cargo, a administração Trump acusou a China de cometer "genocídio e crimes contra a humanidade" por meio da prisão arbitrária de uigures e outros grupos minoritários, bem como tortura e trabalho forçado. Em janeiro, o novo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou acreditar que o tratamento dado pela China aos uigures equivale a genocídio.
De acordo com a mídia, a alegação de genocídio decorre de estudos que sugerem que a "intenção de prevenir nascimentos" dentro de um determinado grupo racial e "ter campos de punição" em Xinjiang se enquadram na Resolução 260 da Organização das Nações Unidas (ONU), geralmente conhecida como convenção do genocídio. A ONU ou um tribunal internacional, todavia, ainda não declarou as condições em Xinjiang como genocídio.
Mesmo assim, uma série de legislaturas no Ocidente, incluindo Canadá e Holanda, aprovaram moções não vinculativas chamando a ação de Pequim em Xinjiang de genocídio.
"Ver para crer e os boatos vão desmoronar naturalmente", disse Wang, acusando pessoas que não haviam estado na região de gerar "notícias falsas".
O chanceler convidou políticos estrangeiros a visitarem Xinjiang para ver como são realmente as coisas e afirmou ainda que as pessoas que foram a Xinjiang têm uma visão diferente da retratada na mídia ocidental.
Grupos de direitos humanos e especialistas da ONU dizem que pelo menos um milhão de muçulmanos de grupos étnicos minoritários foram mantidos arbitrariamente em uma ampla rede de campos de internamento. A China nega as acusações, dizendo que os campos são centros de treinamento para combater o extremismo e fornecer treinamento vocacional.