Pesquisadores da Austrália e China realizaram um estudo em grande escala do biomaterial de morcegos de uma das regiões da província de Yunnan e encontraram quatro genomas de coronavírus aparentados com o SARS-CoV-2.
Os resultados do estudo foram publicados em um artigo no site de pré-impressão bioRxiv.
"Nós realizamos a análise de 411 amostras de 23 espécies de morcegos que habitam uma pequena região na província de Yunnan, China, desde maio de 2019 até novembro de 2020 [...] Desses dados nós extraímos 24 genomas completos do coronavírus, incluindo quatro aparentados com o novo SARS-CoV-2 e três genomas aparentados com SARS-CoV", diz o artigo.
Um destes vírus, RpYN06, tem a estrutura de genoma mais semelhante com o SARS-CoV-2, ele é idêntico a ele em 94,5%. Mais três vírus aparentados são quase completamente idênticos com vírus que anteriormente foram detectados em pangolins da região autônoma chinesa de Guangxi.
"Nosso estudo ressalta a marcante diversidade de vírus em morcegos em escala local e também o fato de que vírus aparentados com SARS-CoV-2 e SARS-CoV habitam em animais silvestres em um vasto território de uma região geográfica do Sudeste Asiático e China meridional. Estes dados vão ajudar os esforços destinados à procura da origem do SARS-CoV-2 e outros vírus patogênicos", concluíram os cientistas.
Além disso, os especialistas notaram que raízes evolutivas do SARS-CoV-2 ainda não foram reveladas, apesar de ter sido encontrada uma série de coronavírus aparentados. A maioria dos patógenos virais humanos se originaram primeiramente na natureza silvestre e por vezes são transmitidos dos animais.
Os morcegos são considerados portadores de uma série de vírus que provocam doenças em seres humanos, transmitindo assim o ebola, vírus de Marburg e coronavírus.