Os quasares são corpos celestes de luminosidade muito alta, localizados no centro de algumas galáxias, sendo os maiores emissores de energia. De acordo com os conceitos modernos, os quasares são os núcleos ativos das galáxias nas etapas iniciais de desenvolvimento, nos quais um buraco negro supermassivo absorve a matéria circundante, formando um disco de acreção, ou acumulação.
Quando um buraco negro interage com o gás circundante, é liberada uma enorme quantidade de energia, o que permite aos astrônomos detectá-lo, apesar das enormes distâncias.
Os cientistas descobriram o quasar mais distante até o momento que emite poderosos jatos, fluxos de radiação em forma de ondas de rádio, o P172+18, de acordo com o estudo publicado na revista The Astrophysical Journal.
Este quasar está tão distante que sua luz levou 13 bilhões de anos para chegar até nós, o que significa que o telescópio registrou como era a luz do quasar quando o Universo tinha apenas 780 milhões de anos.
Embora tenham sido descobertos quasares mais distantes, esta é a primeira vez que os astrônomos obtiveram evidências claras da existência de jatos de ondas de rádio de um quasar em uma etapa tão precoce da história do Universo. Apenas cerca de 10% dos quasares – os que emitem fortes ondas de rádio – têm jatos que brilham intensamente nas frequências rádio.
"O buraco negro está consumindo matéria muito rapidamente, crescendo em massa a uma das taxas mais altas já observadas", disse Chiara Mazzucchelli, uma das autoras do estudo.
Os cientistas sugerem que há uma conexão entre o crescimento rápido de um buraco negro supermassivo e a presença de poderosos jatos de rádio em quasares como o P172+18.
Aparentemente, os jatos são capazes de perturbar o gás ao redor do buraco negro, aumentando assim a velocidade à qual o gás é capturado. O processo explica como os buracos negros na etapa precoce do Universo foram capazes de crescer tão rápido até proporções supermassivas após o Big Bang.
Os pesquisadores acreditam que este quasar é apenas o primeiro de muitos objetos desse tipo que estariam a distâncias cosmológicas ainda mais distantes.
"Esta descoberta me deixa otimista e acredito e espero que o recorde de distância seja quebrado em breve", comentou outro participante do estudo, Eduardo Bañados, do Instituto de Astronomia Max Planck, Alemanha.