Uma notificação de contrato do Departamento de Defesa dos EUA sugere que os norte-americanos poderiam colocar em campo um novo caça em até oito anos. O anúncio de contrato de US$ 74 milhões (cerca de R$ 435 milhões) com a Raytheon para a integração da aeronave com mísseis de médio alcance ar-ar AIM-120 menciona uma série de fuselagens existentes, mas deixa a opção em aberto para integração futura em caças atuais ou de próximas gerações antes do encerramento do ano fiscal de 2029.
O aviso de contrato diz que o laboratório de aeronaves realizará os testes necessários, autorização de voo e suportes de simulação para que a integração dos mísseis seja possível em variados tipos de caças existentes ou plataformas de próxima geração que possam se juntar ao inventário da Força Aérea ou da Marinha dos Estados Unidos até 2029.
Atualmente, a Força Aérea dos Estados Unidos está empenhada em desenvolver um caça de sexta geração sob seu programa de domínio aéreo de próxima geração (NGAD). O NGAD foi descrito como uma família de plataformas, provavelmente incluindo um caça tripulado.
Com este anúncio, os EUA poderão colocar em campo uma aeronave de próxima geração muito mais rápido do que os projetos de desenvolvimento europeus comparativos para futuros caças.
A concessão do contrato também poderia apontar para a futura integração dos mísseis de médio alcance ar-ar do tipo AIM-120 no futuro veículo aéreo não tripulado Skyborg Loyal Wingman, também atualmente sendo explorado pela Força Aérea norte-americana.
Conforme relatado pelo The War Zone, vídeos anteriores demonstrando o programa Skyborg incluíram imagens renderizadas do futuro drone lançando um míssil deste novo tipo AMRAAM.
O pesquisador Justin Bronk, do Instituto Real dos Serviços Unidos, disse à Air Force Technology que existia a possibilidade de que a Força Aérea dos Estados Unidos tivesse recursos de veículos aéreos de combate sem tração que poderiam ser equipados com o moderno tipo de míssil. No entanto, acrescentou que a notificação também pode ser legal, de forma a não limitar futuras oportunidades de integração.
Em setembro passado, o ex-secretário assistente da Força Aérea para Aquisição, Tecnologia e Logística, Will Roper, disse à Conferência Aérea, Espacial e Cibernética da Associação da Força Aérea que já havia sido construído e pilotado um protótipo de caça do NGAD.
Antes disso, em 2019, o Defense News relatou que Roper acreditava que um novo caça poderia ser projetado e construído do zero em cinco anos. E também, o chefe do Comando de Combate Aéreo, general Mark Kelly, relatou recentemente que estava preocupado com a possibilidade de a China ter caças de sexta geração, ficando, assim, à frente dos EUA.
"E estou confiante de que os adversários do outro lado desta tecnologia sofrerão um dia muito difícil, uma semana difícil e uma guerra difícil. O que eu não sei – e estamos trabalhando com nossos grandes parceiros – é se nossa nação terá a coragem e o foco para colocar em prática essa capacidade antes que alguém como os chineses a coloque e use contra nós", afirmou Kelly.