Em sua publicação, o autor destacou que na "batalha" pelo fornecimento de vacinas ao mercado mundial cada país é responsável por si mesmo, destacando que os europeus pagam um "preço geopolítico" por sua desorganização.
Entre as consequências da lentidão da Europa, de Barochez nomeou o aumento de mortes pelo vírus, a necessidade de adiar o retorno à vida normal e a separação cada vez maior dos EUA e da China, cujas economias começaram a crescer de novo.
"Nenhum Estado-membro da União Europeia está entre os fabricantes de vacinas de maior sucesso, que incluem os EUA, China, Índia, Reino Unido e Rússia", afirmou o jornalista.
O artigo destaca que esses cinco países previram a tempo a situação atual, desenvolveram medicamentos e criaram capacidades de produção que lhes permitirá receber dividendos geopolíticos.
De Barochez referiu o sucesso da China e da Índia no fornecimento de vacinas: Pequim vendeu 80 milhões de doses para 40 países, Nova Deli vendeu 25 milhões. O autor também fala sobre a vacina russa Sputnik V, fornecida para o Brasil, Argentina, Egito, Hungria, Eslováquia e outros países do mundo.
Ao mesmo tempo, o autor nota o egoísmo dos países ocidentais. Os Estados Unidos reservaram a maior parte da produção nacional da vacina contra a COVID-19 para seu país e a União Europeia introduziu o controle de exportação.
"Esse egoísmo tem um preço político. O slogan 'América está de volta', defendido por Joe Biden no cenário internacional, não tem sentido por causa da avareza dos países ricos", escreveu o jornalista.
Cerca de dez milhões de doses de vacinas foram entregues aos países em desenvolvimento no âmbito do programa da aliança COVAX, embora a cooperação global nesta área permitiria que a economia mundial se recuperasse mais rápido, disse o jornalista.
"A União Europeia não tem nada a oferecer", afirmou de Barochez.
Ele sublinhou que os europeus simplesmente não conseguiram avaliar corretamente a necessidade de expandir as capacidades de produção. Entre os motivos desta situação o jornalista destacou o excesso de cautela, a incoerência e a burocracia da União Europeia.
"A Europa também não é igual ao Reino Unido, que já administrou a primeira dose da vacina a mais de 21 milhões de britânicos", continuou o autor.
O autor do artigo lembrou as declarações de Emmanuel Macron e Angela Merkel sobre a vacina da AstraZeneca. O primeiro disse que o imunizante é supostamente quase ineficaz para pacientes idosos, enquanto a chanceler alemã se considerou "velha demais" para receber essa vacina. Essas declarações aumentaram a desconfiança da população em relação às vacinas, sugeriu o jornalista.
"Infelizmente, o fracasso europeu confirma a razão de todos aqueles que acreditam que, enquanto afirma ser um protagonista geopolítico, a Europa continua acreditando em um sonho impossível", concluiu o jornalista.