Nesta terça-feira (9), em seu primeiro discurso sobre relações transatlânticas desde que Joe Biden assumiu como presidente dos EUA, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, declarou que os parceiros devem agir juntos para defender interesses e valores comuns, incluindo possíveis sanções conjuntas contra a China e a Rússia devido a questões relacionadas aos direitos humanos, segundo a Reuters.
Os objetivos do governo alemão foram declarados em um evento on-line organizado pelo Intituto Brookings (EUA), no qual Maas disse aos norte-americanos que "a Alemanha está ao seu lado" e que uma reinicialização nas relações entre os dois países deve incluir uma luta comum pela democracia para se enfrentar ameaças antidemocráticas.
"Reagimos à repressão da sociedade civil por Moscou e Pequim e às violações do direito internacional por ambos os países", disse o ministro citado pela mídia.
No dia 2 de março, Berlim e seus parceiros da União Europeia (UE) impuseram sanções pessoais contra Rússia por violação dos direitos humanos devido à prisão do opositor do governo russo, Aleksei Navalny, que incluem proibição de viagens à UE e congelamento de ativos de pessoas físicas que estão na lista de pessoas sancionadas pelo bloco.
Quando Maas demonstrou otimismo em formar laços com a nova administração dos EUA ele deixou claro que o governo alemão lamentou a relação das duas nações durante o governo do ex-presidente, Donald Trump. O diálogo ficou intricado por intensa pressão sobre a Alemanha com gastos ligados à defesa (conforme estipulado pela aliança militar da OTAN), a insistência de Berlim em comprar gás natural russo e por políticas comerciais.
"Espero que possamos retornar a uma posição transatlântica comum sobre sanções direcionadas, algo que não foi possível nos últimos quatro anos", disse o ministro.
Apesar de não ter entrado no assunto, a Alemanha tem um segundo interesse em estreitar a comunicação com os EUA: o gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2, na tradução). A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu o quase concluído empreendimento para levar gás russo à Alemanha como um projeto comercial, e sendo assim, há interesse em participar na tomada de decisões de medidas restritivas comuns, para Berlim não ser afetada negativamente pelas sanções dos EUA, como no caso do gasoduto, segundo a mídia.
Nos últimos meses, o governo alemão tomou medidas para atender às preocupações de Washington, estendendo sua missão militar no Afeganistão e navegando em um navio de guerra pelo mar do Sul da China, onde os EUA afirmam que a liberdade de navegação está ameaçada pela China.