A mielina é uma substância que forma a capa das fibras nervosas. Quando a bainha de mielina fica danificada, isso afeta negativamente a eficácia e velocidade dos processos neurais, o que leva à diminuição das funções cognitivas e ao desenvolvimento de certas doenças neurodegenerativas, como esclerose múltipla e doença de Alzheimer.
Um grupo internacional de neurocientistas descobriu que as células que controlam a recuperação da mielina se tornam menos eficazes com a idade e identificaram o gene principal cuja deterioração da expressão com a idade reduz a capacidade das células de substituir a mielina perdida, segundo estudo publicado na revista Aging Cell.
"A característica principal do envelhecimento do cérebro é a perda progressiva de substância branca e mielina, o que leva a consequências devastadoras para a função cerebral e ao declínio cognitivo", disse o chefe do estudo Arthur Butt, do Instituto de Ciências Biomédicas e Biomoleculares da Universidade de Portsmouth, Reino Unido.
Os oligodendrócitos, as células cerebrais que produzem mielina, devem ser substituídos ao longo da vida por células-tronco, que são os precursores dos oligodendrócitos. No entanto, esse processo fica mais lento com a idade, sendo que a causa disso permanecia desconhecida até agora.
Comparando os genomas de ratos jovens e velhos, os cientistas determinaram quais processos são interrompidos com a idade. Os pesquisadores descobriram por que a reposição de oligodendrócitos e da mielina que eles produzem diminui no cérebro envelhecido.
"Identificamos o gene GPR17 ligado a esses precursores específicos como o mais vulnerável no envelhecimento do cérebro, e descobrimos que a perda do GPR17 está ligada à redução da capacidade desses precursores de trabalharem ativamente para substituir a mielina perdida", afirmou a dra. Andrea Rivera do Instituto de Anatomia Humana da Universidade de Pádua, Itália.
Os cientistas destacam que seu estudo é apenas o início de uma grande pesquisa para encontrar maneiras de "rejuvenescer" as células precursoras dos oligodendrócitos para que estas possam recuperar eficazmente a substância branca perdida.