COVID-19: variante britânica tem mortalidade até 100% superior a outras cepas, diz estudo

© REUTERS / Marko DjuricaProfissionais de saúde na unidade de terapia intensiva em hospital onde se tratam pacientes infectados pela COVID-19, Sérvia, 3 de março de 2021
Profissionais de saúde na unidade de terapia intensiva em hospital onde se tratam pacientes infectados pela COVID-19, Sérvia, 3 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 10.03.2021
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Estudo mostra que a cepa B.1.1.7 do SARS-CoV-2 tem 23 mutações em seu código genético. Descoberta no passado, a variante britânica já foi encontrada em mais de 100 países.

Um novo estudo comparou as taxas de mortalidade da cepa B.1.1.7 da COVID-19, originalmente descoberta em Kent, sudeste da Inglaterra, Reino Unido, com outras cepas e os cientistas descobriram que a variação britânica está associada a uma taxa de mortalidade significativamente maior entre adultos em comparação com outras cepas, variando entre 30% e 100% mais mortal que outras variantes. Os resultados foram publicados na revista científica British Medical Journal nesta quarta-feira (10).

"Juntamente com sua capacidade de se espalhar rapidamente, isso torna a B.1.1.7 uma ameaça que deve ser levada a sério", alertou em comunicado Robert Challen, coautor do estudo.

Os cientistas descobriram que a variante britânica causou 227 mortes em uma amostra de 54.906 pacientes, enquanto 141 pessoas morreram em uma amostra do mesmo número de pessoas que haviam sido infectadas com outras cepas do novo coronavírus.

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Primeira imagem da cepa britânica do SARS-CoV-2

"Concentramos nossa análise em casos que ocorreram entre novembro e janeiro, quando as variantes antigas e a nova estavam presentes no Reino Unido […]. O SARS-CoV-2 parece capaz de sofrer mutação rapidamente, e há uma preocupação real de que outras variantes surjam com resistência a vacinas lançadas rapidamente. O monitoramento de novas variantes conforme elas surgem, medindo suas características e agindo de forma adequada, deve ser uma parte fundamental da resposta de saúde pública no futuro", afirmou Leon Danon, também coautor do estudo.

Os pesquisadores já haviam estimado que a cepa B.1.1.7 era 53% mais contagiosa. A variante britânica foi identificada pela primeira vez em setembro, junto com centenas de outras variantes, mas apenas em novembro os cientistas perceberam que ela provavelmente estava associada ao aumento das taxas de infecção em Kent e no sudeste da Inglaterra, à medida que o número de casos diminuía em outras partes do país.

A variante ganhou terreno e se tornou a mais prevalente no Reino Unido, foi associada ao aumento do número de casos em dezembro e janeiro e já se espalhou para mais de 100 países.

O Reino Unido contabiliza 124.797 óbitos em decorrência da COVID-19 e 4.228.998 casos da doença.

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