Faria participou de uma audiência pública sobre o tema durante a 6ª reunião do grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que trata da implantação da tecnologia 5G no Brasil, segundo publicou a Agência Brasil.
VAMOS CONECTAR O 🇧🇷.
— Fábio Faria 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 (@fabiofaria5555) March 9, 2021
Em Audiência Pública do GT de 5G da @camaradeputados, destaquei os compromissos do leilão, com as metas de cobertura para zonas rurais. Teremos 5G Standalone- 100x mais rápido que o 4G - em 20 pontos do País neste ano e em todas as capitais até julho 2022. pic.twitter.com/2kw4P4y1MI
Para discutir o tema, a Sputnik Brasil conversou com Carlos Alberto Malcher, engenheiro de telecomunicações e professor da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O especialista começou explicando que em relação ao prazo para a implantação do 5G, há um cronograma que foi divulgado pela Anatel. Segundo ele, é tecnicamente possível a implantação no prazo citado pelo ministro, porém é uma tarefa bastante desafiadora.
"Nós sabemos que todo esse processo de licitação, de implantação, ele passa por várias etapas e inclusive podem haver recursos que os licitantes podem interpor se não estiverem satisfeitos com o resultado. Existem várias regulamentações que têm que ser atendidas, várias autorizações, então eu considero um desafio sim implantar o 5G nesse prazo, em todas essas capitais. Agora do ponto de vista técnico é possível, não há impedimento", disse o engenheiro.
Tempo que a empresa vencedora precisa para ativar o 5G
O tempo de implantação vai depender de vários fatores, continuou o especialista, porque não é simplesmente pegar um equipamento e colocar para funcionar como se você comprasse um automóvel e tirasse da concessionária.
"É preciso analisar questões de interferência, existem usos para a frequência que vai ser utilizada e inicialmente já há alguns locais que usam essa frequência para outras aplicações. Então para que essa tecnologia funcione de forma adequada tem que ser feito um conjunto de trabalhos; em relação à implantação dessa infraestrutura leva-se um certo tempo para fazer isso, não é de imediato", declarou Malcher.
Segundo o engenheiro, o 5G Standalone pode ser inicialmente implantada usando parcialmente a infraestrutura do 4G. Isso tem vantagens do ponto de vista de se ter usuários mais cedo, de se conseguir ter uma rede de clientes mais rapidamente, mas também traz limitações. A tecnologia 5G Standalone é quando não se usa nada do 4G, só se tem os equipamentos 5G funcionando sozinhos, de forma independente das outras tecnologias que já estão funcionando.
Governo analisou tecnologia 6G
O ministro Fábio Faria respondeu em sua reunião com os deputados que durante uma missão brasileira que conheceu na Finlândia, na Suécia, no Japão e na China uma grande diversidade de aplicações práticas do 5G e chegou a conhecer também o chamado 6G.
Com relação à tecnologia 6G, Malcher explicou que ela ainda é uma coisa que mal saiu do papel, quer dizer, estão sendo feitos testes preliminares. Quando uma tecnologia está funcionando na realidade já se está pensando em outras. Ela vai usar frequências muito mais altas e ter possibilidades muito mais fortes e eficazes do que o 5G, mas ainda está no campo da pesquisa.
"Não se tem nenhuma certeza de como vai ser essa tecnologia e até mesmo as aplicações para ela, as aplicações comercialmente viáveis. Ainda é uma especulação, não há como prever nada, ainda não tem nada definido. Já há pesquisas, alguns trabalhos, mas nada padronizado", finalizou o engenheiro.