O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou na terça-feira (9) que adicionou na lista negra dos EUA dois oficiais iranianos do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), acusando-os de envolvimento em violações de direitos humanos durante os protestos de 2019 e 2020 em Teerã.
Em comunicado, Blinken afirmou que designou os interrogadores Ali Hemmatian e Masoud Safdari "por envolvimento em graves violações dos direitos humanos, ou seja, tortura e/ou tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante de prisioneiros políticos e pessoas detidas durante protestos em 2019 e 2020 no Irã", reporta a agência Anadolu.
Blinken disse ainda que os indivíduos e seus familiares não são elegíveis para entrada nos EUA. Também frisou que os EUA continuarão a considerar todas as ferramentas apropriadas para impor custos aos responsáveis por violações e abusos de direitos humanos no Irã.
"Também trabalharemos com nossos aliados para promover a responsabilização por tais violações e abusos", complementou Blinken.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, por sua vez, defendeu as designações, citando que Washington age de acordo com seus valores.
"É consistente com nossos valores deixar claro que haverá consequências para o tipo de violações graves dos direitos humanos que esses indivíduos praticaram", afirmou.
As relações entre Teerã e Washington têm estado tensas desde 2018, quando o ex-presidente Donald Trump anunciou a saída unilateral dos EUA do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), alegando violação do acordo nuclear por parte do Irã, apesar de inspeções internacionais confirmarem seu cumprimento por este país, e o retorno à política de "pressão máxima" contra a nação persa. Isso levou Teerã a aumentar gradualmente a produção de urânio enriquecido.