O conceito de buraco de minhoca foi criado pelo físico teórico norte-americano John Archibald Wheeler em 1957. Tradicionalmente, um buraco de minhoca é representado em forma de um buraco ou tubo tridimensional que une o espaço bidimensional deformado. Através deste tubo é possível viajar em segundos de uma parte da galáxia para outra, viajar no tempo ou entre universos paralelos. Embora a existência de um túnel no espaço-tempo não contradiga a teoria da relatividade geral, há muitas questões levantadas sobre sua existência.
Cientistas sob a liderança de José Blázquez-Salcedo da Universidade Complutense de Madrid, Espanha, conseguiram pela primeira vez descrever um buraco de minhoca transponível sem usar a matéria exótica, com equações invariantes relativísticas de Einstein, Dirac e Maxwell, para os férmions pontuais com o spin ½, tais como elétrons e pósitrons, segundo estudo publicado na revista Physical Review Letters.
A matéria do buraco de minhoca é considerada como um conjunto de férmions gerais, possuindo funções de ondas quânticas e interagindo através de campos eletromagnéticos tradicionais.
Alterando diferentes parâmetros, tais como a carga e massa dos férmions, os cientistas descobriram que os buracos de minhoca transponíveis podem existir quando a relação entre carga total e massa total ultrapassa o limite teórico aplicado para os buracos negros.
No entanto, os buracos de minhoca modelados pelos pesquisadores eram de tamanho microscópico, pequenos demais para deixar passar um ser humano.
Os cientistas Juan Maldacena, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, e Alexey Milekhin, da Universidade de Princeton, EUA, construíram um modelo de buraco de minhoca por onde um humano poderia passar, de acordo com estudo publicado na revista Physical Review D.
Eles se basearam no modelo de Randall-Sundrum, que utiliza a teoria das cordas e descreve o mundo do ponto de vista do espaço-tempo de 5D deformado, o que permitiu aos cientistas encontrar soluções em que os buracos de minhoca são de tamanho suficiente para que um humano possa passar.
Exteriormente, parecem buracos negros carregados de massa intermediária. Possuem um tamanho grande para que um viajante possa sobreviver às forças de maré, dado que ao passar pelo buraco de minhoca ele obtém uma aceleração muito grande.
Teoricamente, um ser humano poderia viajar através da galáxia em menos de um segundo passando por esse buraco de minhoca. No entanto, para um observador externo a viagem demoraria milhares de anos.
Os cientistas destacaram que não estudaram o mecanismo e condições possíveis para surgimento de tais passagens, apenas fundamentaram a possibilidade de descrevê-las com equações solucionadas.