O novo relatório da FAS critica o projeto GBSD que deve substituir o míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) Minuteman III, segundo informou o The Guardian.
O relatório da FAS, que será publicado na próxima semana, argumentará que o GBSD é impulsionado por lobby da indústria e políticos de estados que se beneficiarão economicamente disso, e que o projeto não apresenta um objetivo claro.
Os cientistas da FAS também destacam que os Estados Unidos pretendem elaborar arma nuclear se baseando em construções obsoletas e erradas.
"Está ficando cada vez mais claro que não houve uma consideração séria sobre o papel que estas armas do tempo da Guerra Fria deveriam desempenhar em um ambiente de segurança pós-Guerra Fria", segundo relatório da FAS.
Os cientistas consideram que o preço estimado pela Força Aérea dos EUA para o projeto GBSD foi diminuído para ligeiramente parecer inferior ao custo de prolongar a vida útil do míssil Minuteman III, que o substituiria.
Uma avaliação independente realizada mais ou menos na mesma época pela corporação Rand, sugeriu que o custo de uma arma totalmente nova poderia ser dois ou três vezes maior.
O custo básico de aquisição do GBSD será de US$ 100 bilhões (R$ 567 bilhões), enquanto o custo total de construção, operação e manutenção ao longo de sua vida útil projetada até 2075 será de US$ 264 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhões).
O Minuteman III é um componente central das forças nucleares estratégicas dos EUA, fabricado pela primeira vez no final dos anos 1960. Atualmente, os Estados Unidos possuem 400 mísseis Minuteman distribuídos por cinco estados.
O relatório da FAS está sendo publicado no momento em que a administração de Joe Biden prepara seu primeiro orçamento para a Defesa, que pode revelar suas intenções em relação ao GBSD ainda nesta fase inicial.