O pedido de prisão acusa Áñez de terrorismo, conspiração e sedição devido aos eventos que sucederam à renúncia do ex-presidente boliviano Evo Morales, ainda em novembro de 2019.
Morales deixou o poder após acusações de fraude eleitoral contra sua reeleição, em primeiro turno, para um terceiro mandato. À época o alto escalão das Forças Armadas exigiu a saída do ex-presidente do poder, abrindo caminho para o golpe que levou Áñez à Presidência.
Áñez afirmou nas redes sociais que está sofrendo perseguição do Movimento para o Socialismo (MAS), partido de Morales e também do atual presidente da Bolívia, Luis Arce.
La persecución política ha comenzado. El MAS ha decidido volver a los estilos de la dictadura. Una pena porque Bolivia no necesita dictadores, necesita libertad y soluciones.
— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) March 12, 2021
Pueden descarga la denuncia con la que pretenden perseguirnos: https://t.co/eVQKCMtcui
A perseguição política começou. O MAS decidiu voltar ao estilo da ditadura. Uma pena, porque a Bolívia não precisa de ditadores, precisa de liberdade e soluções. Vocês podem baixar a denúncia com a qual pretendem nos perseguir.
Além de Áñez, cinco ministros de seu governo interino, o ex-comandante das Forças Armadas do país, Williams Kaliman, e os comandantes militares e policiais que participaram do ato que exigiu a saída de Morales do poder, também receberam ordens de prisão. As penas para os crimes de que a cúpula do governo de Áñez é acusada variam de cinco a 20 anos de detenção.
A denúncia partiu de um bloco de deputados e ex-deputados do MAS. A Justiça boliviana responsabiliza parte dos acusados pela morte de mais de 30 pessoas durante a repressão aos protestos contra a saída de Evo do poder. Entre os acusados está ainda o general Sergio Orellana, que assumiu o comando das Forças Armadas da Bolívia após Kaliman e estava no posto quando Jeanine Áñez foi alçada à Presidência. As investigações apontam que Orellana e outros acusados fugiram do país.