Com a recente anulação das acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), o petista poderia tentar voltar para o Palácio da Alvorada em 2022.
Após perder para Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2018, o PT poderia apostar em Lula para obter a Presidência do Brasil, que, segundo a deputada federal Hoffmann, seria o melhor candidato que o partido poderia oferecer.
"O PT ainda vai decidir democraticamente junto com a sua direção e com o próprio presidente Lula a candidatura do partido para 2022. É óbvio que Lula é um grande candidato, o melhor candidato que nós temos. [...] E Lula tem um grande papel como grande líder, o que ele é, conhecedor do Brasil, [ele] conhece o povo e tem autoridade política e liderança para construir este movimento em 2021", afirmou Hoffmann em entrevista à Sputnik.
Contudo, poderia ainda ser precoce o anúncio de Lula como candidato presidencial pela sigla.
"Mas os assuntos serão discutidos no momento adequado, agora o nosso foco é trabalhar um grande movimento para enfrentar a crise brasileira, a crise da vacina, a crise da renda, a crise econômica, do desemprego", acrescentou.
Se referindo à situação do país no momento, Hoffmann não perdeu a oportunidade de fazer críticas ao presidente Bolsonaro, rival político de longa data do PT.
"A economia brasileira vai muito mal. O povo está sem meios [econômicos], o PIB caiu bastante, dificilmente vai se recuperar como deveria, e as medidas que o governo de Bolsonaro está tomando são o oposto do que deveria ser, do que o mundo está fazendo. [...] A gestão de Bolsonaro é um completo desastre, seja de uma perspectiva de saúde ou econômica."
Da mesma forma, a deputada federal petista defendeu mais gastos do governo no momento atual de crise, como um caminho mais certo para enfrentá-la.
"Eles estão fazendo um ajuste fiscal. Todos os outros países do mundo têm liberado dinheiro e aumentado gastos fiscais para enfrentar a crise. Vai ser muito ruim para o Brasil como está sendo feito", afirmou.
Amazônia
Falando ainda dos problemas atuais brasileiros, Hoffmann, cujo partido esteve 14 anos na direção do país, criticou o que seria, segundo ela, uma falta de política em defesa da Amazônia.
"Infelizmente, a Amazônia não tem uma política de proteção e conservação. Até as Forças Armadas que estavam com uma força-tarefa de proteção da Amazônia já se retiraram de lá. Bolsonaro tem incentivado a plantação de soja, tem incentivado a invasão de garimpeiros e não está preocupado em proteger a Amazônia, inclusive de incêndios. Nós caminhamos para uma situação muito triste em relação à Amazônia, e a probabilidade de acontecer incêndios florestais e ter uma devastação maior na região é grande."