A intensidade da presença militar dos EUA e condução de contínuas manobras, que pretendiam dissuadir a China de seus avanços no Pacífico, não tinham precedentes, de acordo com novo relatório de especialistas citado pelo jornal Global Times.
A implantação de forças norte-americanas foi extraordinária em termos de escala, número e duração das atividades em comparação com anos anteriores, aponta Iniciativa de Sondagem Estratégica do Mar do Sul da China (SCSPI, na sigla em inglês), um think tank associado à Universidade de Pequim.
SCSPI nota que, ao longo de 2020, Washington enviou para o mar do Sul da China grupos de ataque de porta-aviões, grupos anfíbios de prontidão (ARG, na sigla em inglês), submarinos nucleares e bombardeiros estratégicos B-52H e B-1B.
Hu Bo, diretor do SCSPI destacou que em julho de 2020, em um período de apenas meio mês, os EUA realizaram exercícios conjuntos de dois grupos de porta-aviões em duas ocasiões distintas, algo que é visto pelos analistas como um evento raro.
O modo de operar destes grupos de ataque de porta-aviões foi "muito orientado para o combate" disse Hu, que justificou sua afirmação com vários argumentos táticos.
Além disso, o Pentágono enviou para perto da costa chinesa, em quase mil ocasiões, vários tipos de aeronaves de reconhecimento, incluindo aviões antissubmarino de patrulhamento marítimo P-8A Poseidon e aviões de vigilância e reconhecimento eletrônico EP-3E.
Também, houve nove ações militares qualificadas pelo especialista chinês de "invasão de ilhas ou recifes" no mar do Sul da China e várias passagens pelo estreito de Taiwan em nome da "liberdade de navegação", o número mais elevado nos últimos anos em termos de frequência e intensidade.
Diretor do SCSPI prevê que, com a chegada da nova administração de Joe Biden ao poder nos EUA, Washington não vai mudar o curso da concorrência estratégica contra a China política ou militarmente.
Isso significa que a tendência para o aumento das tensões entre os dois países em regiões em torno na China deve manter-se e que os navios militares dos EUA continuarão suas incursões.