A Polícia Metropolitana de Londres iniciou uma investigação preliminar que pode levar ao julgamento e privar Asma Assad, a primeira-dama da Síria, de sua cidadania britânica por um suposto crime de incitamento a atos terroristas durante os dez anos da guerra civil síria, informou no sábado (13) o jornal The Sunday Times.
"Podemos confirmar que a unidade de crimes de guerra da Polícia Metropolitana [...] recebeu uma queixa em 31 de julho de 2020 em relação ao conflito em curso na Síria. A queixa está sendo avaliada por oficiais da unidade de crimes de guerra", disse a mídia, citando um porta-voz da polícia.
A investigação alega que Asma, de 45 anos, que nasceu na capital britânica, estudou no King’s College de Londres e se mudou para a Síria depois de se casar no ano 2000 com Bashar Assad, atual presidente do país, é culpada de incentivar o terrorismo através de apoio a militares.
O escritório de advocacia Guernica 37, uma equipe de advogados especializada em litígios transnacionais, enviou à polícia provas de que Asma Assad detém uma posição de poder na classe dominante síria, afirmando que ela expressou publicamente seu apoio ao Exército do país.
Não está claro se os promotores de justiça vão querer efetuar um julgamento à revelia, pois é pouco provável que a primeira-dama da Síria participe de um processo judicial no Reino Unido. De acordo com o The Sunday Times, um chamado aviso vermelho poderia ser emitido através da Interpol, o que impediria Asma Assad de viajar para fora da Síria sem se expor a uma possível prisão.