De acordo com Mahima Datla, diretora executiva da farmacêutica Biological E, citada pelo jornal Financial Times, os fornecedores norte-americanos avisam que podem não ser capazes de cumprir encomendas de clientes estrangeiros por causa do Ato de Produção de Defesa.
Ela considera que isso dificulta não apenas a produção em grande escala de vacinas contra o coronavírus, mas também de quaisquer vacinas e apelou para intervenção internacional nesta situação.
Antes dela, a preocupação sobre esse ato foi expressa pelo chefe do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, que afirmou que a lei poderia minar os esforços globais de vacinação.
"A vacina Novavax, da qual somos o maior fabricante, necessita desses produtos dos EUA. Nós falamos em ter acesso livre global às vacinas, mas se nós não conseguirmos obter as matérias-primas dos EUA isso será um sério fator limitante", explicou ele.
Em particular, trata-se de plásticos necessários para as vacinas que são produzidos por um número limitado de empresas.
O Ato de Produção de Defesa entrou em vigor nos EUA em 1950. Esta lei permite às autoridades obrigar as empresas a realizar as encomendas governamentais em primeiro lugar.
Em abril de 2020, Donald Trump assinou um decreto para utilização deste ato na produção de ventiladores mecânicos, máscaras e outros produtos necessários para o combate contra a COVID-19. Um documento idêntico foi dos primeiros decretos assinados pelo novo presidente norte-americano Joe Biden.