Os Estados Unidos informaram ao governo chinês que "não deixarão a Austrália sozinha no campo de batalha", se referindo à guerra comercial que Pequim mantém com Camberra, disse Kurt Campbell, coordenador do Conselho de Segurança Nacional para o Indo-Pacífico dos EUA em entrevista ao The Sydney Morning Herald.
"Simplesmente não vai acontecer", afirmou Campbell.
"Deixamos claro que os EUA não estão preparados para melhorar as relações [com a China] em um contexto bilateral e separado, enquanto que um aliado próximo e querido está sendo submetido a uma forma de coerção econômica", disse o coordenador.
Campbell também declarou que seu país é plenamente consciente do que está acontecendo entre a Austrália e a China.
O assunto teria sido mencionado em todas as reuniões com autoridades chinesas, e também será discutido novamente no final desta semana em Anchorage, no Alasca, quando os secretários de Estado e Defesa dos EUA se reunirão com seus homólogos chineses na primeira grande reunião presencial entre a administração Biden e Pequim, segundo Campbell.
A Austrália não é o único país que se encontra nessas circunstâncias em relação à China. Segundo o coordenador, Filipinas, Vietnã, Taiwan, Japão e outros países também estão na mesma situação.
"Acredito que há outros passos que as autoridades da área econômica vão explorar", adicionou Campbell. "Esta é uma preocupação comum e acho que vale a pena continuar o diálogo."
A China é o principal parceiro comercial da Austrália. As tensões comerciais entre os países se agravaram depois que Camberra solicitou uma investigação global para esclarecer as origens da COVID-19.
Em maio, a China impôs direitos aduaneiros de 80% sobre a cevada australiana por cinco anos, após acusações de dumping em detrimento da indústria nacional. Em novembro de 2020, entraram em vigor direitos antidumping provisórios sobre o vinho importado da Austrália.