Reino Unido deterá 'todo o espectro de ameaças' da Rússia, diz nova estratégia de defesa

© AP Photo / Kirsty WigglesworthEm Londres, no Reino Unido, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deixa a residência oficial em direção ao parlamento, em 3 de março de 2021
Em Londres, no Reino Unido, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deixa a residência oficial em direção ao parlamento, em 3 de março de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 16.03.2021
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A Rússia é chamada de "a ameaça mais aguda" em nova estratégia de defesa britânica, e o Reino Unido vai confrontá-la ativamente.

Nesta terça-feira (16), o Reino Unido emitiu um amplo documento sobre as prioridades das políticas externa e de defesa após Brexit. Na estratégia britânica, Rússia foi considerada "a ameaça mais aguda à nossa segurança".

"Até que as relações com o governo [da Rússia] melhorem, vamos deter e nos defender ativamente contra todo o espectro de ameaças provenientes da Rússia", diz a estratégia.

Documento também nota uma probabilidade muito pequena de o mundo voltar ao modelo da época da Guerra Fria, com confronto de superpotências. No momento, segundo os autores do relatório, é tempo das potências "médias".

Além disso, o documento abrange o planejado aumento de 40% do arsenal nuclear britânico para enfrentar ameaças globais de segurança, não deixando de ressaltar a importância de laços estreitos com os Estados Unidos.

"Os Estados Unidos vão continuar sendo nosso relacionamento bilateral mais importante, essencial para alianças e grupos-chave da OTAN e dos Cinco Olhos, e nossos maiores parceiros comerciais bilaterais e investidores internos", segundo a estratégia britânica.

Reino Unido considera China fator geopolítico central

O governo britânico considera a crescente influência da China na arena internacional o fator geopolítico central. Por isso mesmo, o Reino Unido deseja expandir seu impacto entre países no Indo-Pacífico no intuito de deter a dominância global da China.

"A intensificada posição internacional da China é o mais importante fator geopolítico no mundo hoje, com grandes consequências para valores e interesses britânicos, bem como para estrutura e forma da ordem internacional", diz o documento.

Este documento é uma revisão em maior escala desde o fim da Guerra Fria que define os princípios das políticas externa e de defesa britânicas para os próximos 30 anos. O relatório ainda inclui a avaliação de capacidades defensivas das Forças Armadas do Reino Unido, bem como a prontidão de serviços especiais britânicos.

© AP Photo / 11ª Sede Regional da Guarda Costeira do JapãoNavio da guarda costeira da China navegando em águas disputadas com Japão
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Navio da guarda costeira da China navegando em águas disputadas com Japão

De acordo com o documento, o número crescente de ameaças de vários Estados impulsiona Londres a reagir a tais desafios através do fortalecimento de suas capacidades de defesa. Durante quatro anos seguintes, o governo planeja investir valores adicionais de 16,5 bilhões de libras esterlinas (R$ 128 bilhões), considerados recordes em quantidade de investimento na defesa.

Estratégia 'russofóbica': reação da Rússia

O presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma de Estado, a câmara baixa do parlamento russo, Leonid Slutsky, disse que a nova estratégia britânica está em uma linha ostensivamente russofóbica e que Londres pretende agradar a nova administração Biden e justificar a política agressiva da OTAN.

"A nova estratégia de defesa do Reino Unido segue uma linha russofóbica de maneira ostensiva. Londres, assim, tenta agradar a nova administração dos EUA e justificar o rumo agressivo da OTAN. A Rússia realiza uma política independente e soberana, mas, entretanto, não ameaça a ninguém nem intervém em assuntos de Estados soberanos a fim de mudar regimes que desagradam a alguém. As autoridades britânicas continuam mantendo intencionalmente uma tensão artificial, inventando um 'espectro de ameaças'", afirmou o deputado.

Quanto ao aumento do arsenal nuclear do Reino Unido, Slutsky expressou a preocupação quanto a esses planos, dizendo que isso "não facilita a criação da estabilidade estratégica e segurança no mundo".

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