"Esta decisão é infundada e politicamente prejudicial, se não dizer defeituosa do ponde de vista da tarefa de fortificação de estabilidade e segurança internacionais. Os argumentos dados para justificação [deste passo] são falsos", declarou o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov.
Segundo Ryabkov, as ações de Londres indicam que o foco da abordagem britânica dos assuntos internacionais mudou "para o absurdo", ou seja, baseadas "em conceitos próprios sobre o que acontece e não em fatos reais".
Ao decidir aumentar seu poder nuclear, diz Ryabkov, o Reino Unido atacou seriamente o mesmo conceito de controle de armamentos. Esta decisão minou a unidade de cinco potências nucleares que insistem em abordagens razoáveis no âmbito do controle de armas nucleares.
"O mais próximo aliado dos EUA está comprometendo seriamente o mesmo conceito de controle de armamentos", afirmou o diplomata.
Por sua vez, Moscou vai levar em consideração este passo do governo britânico e insistirá em envolver Londres em negociações sobre o novo acordo que deve substituir o Novo START. De acordo com vice-chanceler russo, a decisão de Londres influenciará o planejamento militar da Rússia.
"Desde perspectiva do MRE, posso dizer que o aumento repentino de 40% do arsenal de ogivas nucleares é, claro, um sério fator que deve ser considerado, incluindo o nosso planejamento militar", notou o diplomata.
Ainda assim, respondendo a uma questão sobre a possibilidade de início de nova corrida armamentista, Ryabkov afirmou que isto deve ser avaliado por especialistas militares.
Na terça-feira (16), o Reino Unido emitiu um amplo documento sobre as prioridades das políticas externa e de defesa após Brexit. Na estratégia britânica, Rússia foi considerada "a ameaça mais aguda" à segurança britânica. O documento abrange o planejado aumento de 40% do arsenal nuclear britânico para enfrentar ameaças globais de segurança.