No comunicado, a embaixada russa afirma que declarações imprudentes de líderes norte-americanos colocaram em risco as relações com Moscou.
"O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, voará para Moscou em 20 de março para uma consulta. Durante as reuniões no Ministério das Relações Exteriores da Rússia e em outros departamentos está planejada a discussão sobre formas de corrigir os laços russo-americanos na crise", disse a embaixada através de comunicado.
No início da quarta-feira (17), a vice-porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jalina Porter, se recusou a dizer se o governo do presidente norte-americano Joe Biden chamaria de volta seu embaixador na Rússia para consultas.
Porter comentou ainda sobre a convocação do embaixador russo, acrescentando que Washington trabalhará com a Rússia para promover os interesses dos EUA enquanto responsabiliza Moscou pela suposta interferência.
Na terça-feira (16), a comunidade de inteligência dos EUA acusou a Rússia de interferência nas eleições presidenciais norte-americanas de 2020. A embaixada russa em Washington disse em um comunicado que as acusações são infundadas e que não há fatos ou evidências concretas apresentadas para apoiar tais alegações.
'Estamos interessados em evitar uma deterioração irreversível nas relações Rússia-EUA'
Mais cedo na quarta-feira (17), a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, teceu comentários sobre a convocação do embaixador Antonov a Moscou.
"O mais importante para nós é identificar formas de corrigir as relações Rússia-EUA, que atravessam tempos difíceis porque Washington, na verdade, as conduziu a um beco sem saída. Estamos interessados em evitar uma deterioração irreversível nas relações, caso os norte-americanos tomem consciência dos riscos associados a isso", disse Zakharova conforme comunicado publicado pela chancelaria russa.
Um recente relatório da inteligência dos EUA sobre ameaças estrangeiras às eleições de 2020 afirma que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou esforços para minar a campanha do então candidato democrata Joe Biden.
O governo da Rússia nega as alegações de envolvimento em suposta interferência eleitoral, assim como acusações anteriores relacionadas às eleições de 2016, que deram a vitória ao ex-presidente Donald Trump.